De abutres e gente
Eduardo
Bomfim, no portal Vermelho
O
jornalista, escritor Luís Fernando Veríssimo publicou em sua coluna de
segunda-feira, 31 de agosto, um texto intitulado “Insensatez” sobre o
assassinato de uma repórter e um câmera nos Estados Unidos por um de seus
colegas demitido pela empresa à qual pertencia.
Narra que o mais impressionante
é que entre seu duplo homicídio, sua captura e suicídio, o criminoso teve tempo
de botar na internet o vídeo que ele mesmo fez do atentado, emitir um
“twitter”, mandar um fax justificando seu ato.
Diz ainda: o assassino escreveu
que Jeová mandou matar seus ex-colegas mas o que ele fez não foi em obediência
a nenhum deus tradicional, foi uma oferenda à divindade moderna da comunicação
global.
E o que conseguiu em curto
espaço de tempo, usando tantos recursos cibernéticos, foi uma trágica façanha
tecnológica “onde ele podia contar com a neutralidade moral da internet onde o
psicopata convive com o santo, o imbecil com o gênio e ninguém é culpado. A
única condição que a internet não admite (diz Luís F. Veríssimo), é o remorso”.
O jornalista utiliza “remorso”,
entre outras coisas, para referir-se ao poderoso lobby dos fabricantes de armas
dos EUA, “com forte bancada no Congresso norte-americano, onde qualquer um pode
entrar numa loja de armas e sair com uma bazuca, desde que consiga um atestado
que não é maluco”, o que pelos fatos recorrentes é inútil.
O óbvio é que a internet é uma
grande inovação tecnológica nas comunicações porém ela não é nem nunca foi
neutra. Ao lado das possibilidades de larga resistência em que é usada existe a
grande mídia monopolista associada ao capital financeiro globalizado,
viralizando nos espaços cibernéticos como bem quer e deseja, rigorosamente.
Agora a mídia global “cobre” uma
nova Primavera Árabe no Líbano. Esperamos que não banhe em sangue mais uma vez
o povo libanês, como as demais “Primaveras” em outras paragens.
A globalização não representa o
bem estar dos indivíduos ou sociedades mas a hipocrisia, o falso moralismo, o
domínio do complexo financeiro-midiático-militar do Mercado, dos interesses
atávicos de abutres contra os povos. As denúncias de Julian Assange e Edward
Snowden estão aí.
As sistemáticas ações contra a
soberania do Brasil, fartamente documentadas, fazem parte desse movimento da
Nova Ordem mundial destrambelhada.
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