26 setembro 2015

Oscilação cambial

Os movimentos acentuados de valorização e desvalorização cambial observados nos últimos dias não decorrem de uma fragilidade brasileira na sua capacidade de financiamento externo. Diferentemente de outras crises externas, a solvência brasileira em moeda estrangeira não está em questão, tanto devido ao elevado volume de reservas cambiais, quanto devido à contínua capacidade do país de atrair investimentos estrangeiros diretos e em carteira, que não se reduziu de maneira significativa mesmo com a turbulência dos últimos meses. Não se observa uma fuga de capitais da economia brasileira como ocorreu nas crises dos anos 1990 e 2000, quando o Brasil apresentava grande fragilidade externa, com sua dívida pública dolarizada e poucos ativos em moeda estrangeira. Ao contrário, o fluxo cambial permaneceu comportado, com a entrada de US$ 900 milhões no país na semana encerrada em 18 de setembro. Além disso, a desvalorização cambial (que já completa mais de um ano) já começa a apresentar seus efeitos positivos nas contas externas brasileiras, reduzindo rapidamente os déficits em transações correntes, que segundo estimativas do BC devem fechar o ano em 3,7% e reduzir ainda mais em 2016.


Fonte: Fundação Perseu Abramo

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