“Estudantes pela Liberdade” (EPL) são financiados
por corporação petroleira norte-americana que ataca direitos indígenas, depreda
ambiente e tem interesse óbvio em atingir a Petrobras
Antonio Carlos, na Carta Capital
David Koch se divertia dizendo que
fazia parte “da maior companhia da qual você nunca ouviu falar”. Um dos
poderosos irmãos Koch, donos da segunda maior empresa privada dos Estados
Unidos com um ingresso anual de 115 bilhões de dólares, eles só se tornaram
conhecidos por suas maldosas operações no cenário político do país.
Se esses poderosos personagens são
desconhecidos nos Estados Unidos, o que se dirá no Brasil? No entanto eles
estão diretamente envolvidos nas convocações para o protesto do dia 15 de março
pela deposição da presidenta Dilma.
Segundo a Folha de São Paulo o “Movimento Brasil Livre”, uma
organização virtual, é o principal grupo convocador do protesto. A página do
movimento dá os nomes de seus colunistas e coordenadores nos Estados. Segundo
o The Economist, o grupo foi “fundado no último ano para
promover as respostas do livre mercado para os problemas do país”.
Entre os “colunistas” do MBL estão Luan Sperandio Teixeira, que é
acadêmico do curso de Direito Universidade Federal do Espírito Santo e
colaborador da rede Estudantes Pela Liberdade (EPL) do Espírito Santo [leia a ressalva feita por Luan, em
mensagem a “Outras Palavras”];Fabio Ostermann,
que é coordenador do mesmo movimento no Rio Grande do Sul, fiscal do Instituto
de Estudos Empresariais (IEE) e diretor executivo do Instituto Ordem Livre,
co-fundador da rede Estudantes Pela Liberdade (EPL), tendo sido o primeiro
presidente de seu Conselho Consultivo, e atualmente, Diretor de Relações
Institucionais do Instituto Liberal (IL). Outros participantes são Rafael Bolsoni do Partido Novo e do EPL; Juliano Torres que se define como empreendedor
intelectual, do Partido Novo, do Partido Libertários, e do EPL.
Segundo o perfil de Torres no Linkedin,
sua formação acadêmica foi no Atlas Leadership Academy. Outro integrante com
essa formação é Fábio Osterman, que participou também do Koch Summer Fellow no
Institute for Humane Studies.
A Oscip Estudantes pela Liberdade é a
filial brasileira do Students for Liberty, uma organização financiada pelos
irmãos Koch para convencer o mundo estudantil da justeza de suas gananciosas
propostas. O presidente do Conselho Executivo é Rafael Rota Dal Molin, que além
de ser da Universidade de Santa Maria, é oficial de material bélico (2º tenente
QMB) na guarnição local.
Outras das frentes dos irmãos Koch são
a Atlas Economic Research Foundation, que patrocina a Leadership Academy, e o
Institute for Humane Studies, às quais os integrantes do MBL estão ligados.
Entre as atividades danosas dos irmão
encontra-se o roubo de 5 milhões de barris de petróleo em uma reserva
indígena (que acarretou uma multa de 25 milhões de dólares do governo
americano) e outra multa de 1,5 milhões de dólares pela interferência em
eleições na Califórnia. O Greenpeace considera os irmãos opositores
destacados da luta contra as mudanças climáticas. Os Koch foram multados
em 30 milhões de dólares em 300 vazamentos de óleo.
As Koch Industries têm
suas principais atividades ligadas à exploração de óleo e gás, oleodutos,
refinação e produção de produtos químicos derivados e fertilizantes. Com esse
leque de atividades não é difícil imaginar o seu interesse no Brasil — a
Petrobras é claro. Seus apaniguados não escondem esse fato.
O MBL, que surgiu em apoio à campanha
de Aécio Neves, não esconde o que pretende com a manifestação: “O principal
objetivo do movimento, no momento, é derrubar o PT, a maior nêmesis da
liberdade e da democracia que assombra o nosso país” disseram Kim Kataguiri e
Renan Santos em um gongórico e pretensioso artigo na Folha
de S.Paulo. Eles não querem ser confundidos com PSDB, que
identificam com o outro movimento: “os caras do Vem Pra Rua são mais velhos,
mais ricos e têm o PSDB por trás” diz Renan Santos. “Eles vão pro protesto sem
pedir impeachment. É como fumar maconha sem tragar”. Kataguiri não se incomoda
que seja o PMDB a ascender ao poder: “O PMDB é corrupto, mas o PT é totalitário”.
Mas Pedro Mercante Souto, outro dos porta-vozes do MBL, foi candidato a
deputado federal no Rio de Janeiro pelo PSDB (com apenas 0,10% dos votos não se
elegeu).
Apesar do distanciamento do PSDB a
manifestação do dia 15 parece ser apenas uma nova tentativa de 3º turno, mas
como vimos ela esconde uma grande negociata. “Business as usual”.
Leia mais sobre temas
da atualidade: http://migre.me/kMGFD
Nenhum comentário:
Postar um comentário