Nagib Jorge
Neto*
A velha classe avança no processo de
rebelião, liderada pelas antigas e novas mídias que têm adesão da máfia cinza –
polícia federal –, do poder da marrom – parte da velha imprensa – e indisfarçável
simpatia da corporação da toga, formada por integrantes do Ministério Público.
Na ação conjunta usa as mesmas táticas e técnicas dos regimes de exceção, com a
rede Globo sempre agressiva. - ora em editorial ameaçador, ou artigos com
acusações e invencionices, através dos serviçais Ricardo Noblat, Merval Pereira, Ancelmo Góis e
Arnaldo Jabor. Assim deixa claro que a empresa apostava e aposta nas prisões,
delações, que têm como alvo a presidente Dilma e o ex-presidente Lula.
Lula e Dilma são criticados por manter
programas sociais, direitos trabalhistas tidos como “lesivos ao país”, economia
fechada, e um sistema de ensino que favorece a difusão de ideias marxistas.
Além disso, a rebelião defende a volta do Fundo Monetário Internacional e das
privatizações - embuste que vem desde 2014, com as arruaças dos Black Blocs e a
intenção clara de manter investigações seletivas e requentar notícias,
delações, visando ter audiência e exigir
do Executivo mais verbas de publicidade que enriquecem as empresas de
comunicação.
Exemplo: levantamento
do jornal Folha de São Paulo revela que desde o início do governo
Dilma Rousseff (PT), mais de R$ 161 milhões foram investidos em publicidade
estatal em emissoras de TV, jornais, revistas, rádios, sites e blogs. As
informações mostram que apenas dez veículos concentram 70% do dinheiro
repassado a mais de 3 mil veículos de comunicação do país. Dentre os três
maiores o Estado de São Paulo lidera
o ranking, tendo recebido R$ 994 mil em verbas de publicidade entre janeiro de
2011 e julho de 2015. Em segundo lugar ficou O Globo, com R$ 927 mil, e a Folha
de São Paulo, com R$ 661 mil. O portal UOL, do Grupo Folha, recebeu R$ 893 mil.
É inevitável
constatar que essa reação é uma confissão da farsa visando afirmar que agem em
nome do interesse social, quando defendem uma espécie de Estado paralelo,
marginal, com a PF e o MP praticando atos ilegais, de exceção, fato que o
procurador Dallagnol considera tentativa de criar “uma espécie de teoria da
conspiração”.
Tal atitude
tende a ignorar a Carta de 88 que não confere à corporação, nem às Forças
Armadas, poder executivo e legislativo. Nada disso existe na Carta e o mínimo
que se pode exigir e esperar do Congresso, do Executivo e dos Ministérios, é
que não haja tolerância com o arbítrio e sim fidelidade aos fundamentos do
Estado Moderno. Ele vingou a partir da pressão sobre o rei João Sem Terra, em
1215, quando cedeu e assegurou as liberdades e os direitos dos cidadãos, ainda
hoje expressões das conquistas do Estado de Direito e da democracia.
*
Jornalista
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