O franco atirador
Eduardo Bomfim, no Vermelho
O resultado das eleições norte-americanas provocou, via grande mídia, uma onda de pânico, como se fosse a mãe de todas as tragédias dos últimos tempos.
O ar gélido que
sopra com a derrota de Hillary é porque ela representava as políticas do
complexo industrial-militar-financeiro-midiático postas em prática pelos EUA,
nas agendas interna e externa, no mínimo, nos últimos 16 anos, desde a primeira
guerra do Iraque.
Clinton era a
candidata das grandes corporações financeiras que levaram os Estados Unidos à
crise econômica em 2008, cujo centro do terremoto localiza-se em Wall Street,
espalhou-se pelo planeta acarretando brutal abalo econômico, social.
Hillary como
secretária de Estado promoveu e continuou várias guerras onde os EUA estão
metidos atualmente contabilizando, até agora, mais de 2 milhões de soldados
americanos mortos, além dos mutilados e incapacitados mentalmente.
Uma candidata
identificada com as políticas do “Mercado” que lucra com tensões geomilitares
no Oriente Médio, a perigosa escalada militar contra a Rússia, estratégias idênticas
contra a China.
Trump ganhou a
eleição com os votos do americano comum que se sente vítima da chamada “era
pós-industrial”, o sucateamento dos grandes cinturões industriais que viraram
ferro velho como Detroit etc., dos excluídos da “reengenharia social” da
globalização financeira.
O discurso
chauvinista de Trump, a intolerância, a xenofobia, as ameaças contra os
imigrantes, ditou o juízo do americano médio ressentido, desempregado, a casa
hipotecada, sem futuro etc.
Perdeu também a
grande mídia que errou em todas as pesquisas de intenções de votos ao não
captar, ou não quis, a raiva de uma maioria que se fez nas urnas.
Não foi, como deseja
agora a grande mídia, uma eleição entre a esquerda e a direita. Mas de
uma candidata do Establishment contra um bilionário franco atirador que ateou
fogo nas estruturas políticas, partidárias dos EUA.
A debacle da Nova
Ordem mundial vem provocando abalos sísmicos como a saída da Grã Bretanha da
União Europeia, a vitória de Trump, e ao que tudo indica a próxima eleição na
França.
Enfim, há uma
revolta objetiva das sociedades contra os efeitos da globalização financeira,
assim como emergem novos atores mundiais. Cabe aos povos, creio, a luta pela
paz, a soberania e a justiça social.
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