Neymar continua
mal-educado, e saída do Barcelona foi desastrosa
Tostão, na Folha de S. Paulo
Neymar,
depois de ser suspenso por três jogos da Liga dos Campeões da Europa, mesmo sem
jogar, por ter ofendido o árbitro do jogo entre PSG e Manchester United, deu
um soco em um torcedor que o provocava, após a perda do título da Copa da
França. Deve
levar outra suspensão. O "monstro" é
maior do que Renê Simões imaginara. Neymar continua mal-educado.
A saída
de Neymar do Barcelona, compreensível, pela ambição humana de ser o
melhor de todos, foi desastrosa. No Barcelona, Neymar foi campeão da Liga dos
Campeões, artilheiro
da competição e
brilhou intensamente. Não era um coadjuvante. Era também protagonista,
evidentemente, abaixo de Messi.
Por
outro lado, mesmo com as bobices e a má educação de Neymar, não vou deixar de
reconhecer seu espetacular talento. Em campo, sempre atua com muita vontade e
em boas condições, mesmo após longas ausências.
O
gol contra o Rennes, pela Copa da França, foi mais um recital do craque.
Se
Neymar estivesse no Barcelona, enfrentaria o Liverpool nesta quarta (1º). O
time catalão seria mais forte, e Neymar teria mais uma grande chance de
brilhar.
Como
Liverpool, Barcelona e a maioria das principais equipes europeias são
compactas, deixam poucos espaços entre os setores, com os jogadores sempre
próximos um do outro, não há necessidade de se ter um volante apenas marcador,
para proteger os defensores, nem um meia ofensivo, para fazer a ligação entre o
meio-campo e o centroavante. São dois tipos de jogador que continuam
supervalorizados pelos treinadores brasileiros.
Barcelona
e Liverpool jogam com um trio no meio-campo. Quando a equipe perde a bola,
marca com os três. Quando a recupera, dois avançam como meias. No esquema
brasileiro, com dois volantes em linha e um meia de ligação, os times marcam
com dois e atacam com apenas um meia.
Continua
o Brasileiro. A
primeira rodada foi boa, com muitos gols e ótimo público. Todos estavam com
saudade da competição.
Alguns
jornalistas falam que a imprensa brasileira deveria exaltar menos os
campeonatos europeus e valorizar mais o Brasileiro. Querem negar a realidade. A
crítica é necessária para melhorar o futebol que se joga no país. A turma do
oba-oba, durante décadas, contribuiu para a má qualidade atual.
O Palmeiras goleou o Fortaleza, com uma ótima atuação, pelos acertos técnicos e
pela vontade. Parecia uma final de campeonato, o que deveria ser repetido em
todos os jogos. É o segredo para se dar bem em uma competição tão longa e por
pontos corridos. Na maneira de jogar, não houve novidade. A equipe priorizou,
como sempre, as bolas longas, aéreas e a pouca troca de passes na transição da
defesa para o ataque.
O Flamengo também jogou muito bem na vitória sobre
o Cruzeiro. Já o Cruzeiro atuou mal no segundo tempo, além de ter tido vários
erros individuais. Independentemente dessa partida, falta à equipe um
meio-campista de mais talento, para marcar, armar as jogadas de trás e ainda
chegar à frente. Pogba seria uma boa opção. Aí é querer demais para o nível de
nosso futebol.
A cada semana do Brasileiro surgirão novos
conceitos, novas avaliações, um novo e melhor time, um novo e melhor craque e
um novo pedido de convocação para a seleção.
Muitas vezes, um analista que sabe menos vai
acertar mais resultados do que outro que sabe muito mais. Porém, por ser um
campeonato longo, por pontos corridos, a regularidade é determinante. No fim,
vai dar a lógica.
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