PCdoB quer voto em defesa da vida, da democracia, direitos e emprego
O partido acusa Jair Bolsonaro de haver tratado a pandemia com descaso,
ter agravado o desemprego e a quebradeira das empresas, pelos desastres
ambientais e o aumento dos preços, em especial dos gêneros de primeira
necessidade.
Portal do PCdoB
A direção nacional do PCdoB reuniu-se nessa sexta-feira (9) para debater a campanha eleitoral e os desafios dos próximos 37 dias em que as forças políticas do país disputarão os quase 148 milhões de votos do eleitorado do Brasil. Os comunistas aprovaram uma resolução política intitulado Votar 65, no PCdoB, é votar em defesa da vida, da democracia, dos direitos e do emprego. O documento identifica a tragédia humanitária decorrente do descaso com a pandemia do novo coronavírus, o gigantesco desemprego e a quebradeira de empresas, os desastres ambientais e o aumento de preços dos gêneros de primeira necessidade como produtos do governo Bolsonaro. Por esta razão, o bolsonarismo deve ser alvo preferencial na disputa em curso.
De acordo com a resolução, a situação social se agrava com a decisão do presidente Jair Bolsonaro de cortar pela metade o auxílio emergencial de 600 reais aprovado pelo Congresso Nacional. “Essa verdadeira tragédia humanitária, econômica social e ambiental impacta fortemente as cidades. Daí que as eleições, embora estejam focadas nos problemas e potencialidades dos munícipios, também se realizam permeadas pelo confronto nacional”, afirma o documento.
A resolução política registra como relevante e precioso o conjunto de candidaturas que compõem as chapas próprias do Partido às Câmaras Municipais. “São lideranças que abrangem uma rica diversidade de lutas, movimentos e referências das boas causas das cidades”, destaca o texto. O voto nas candidaturas do PCdoB, afirma, terá dimensão democrática, reforçando as condições políticas para superar a antidemocrática cláusula de barreira, em 2022.
Outro ponto de destaque no documento é o lançamento de 40 candidaturas às prefeituras no âmbito das 95 grandes cidades em que ocorre segundo turno, entre elas, as de Manuela d’Ávila – que lidera as pesquisas em Porto Alegre –, Olívia Santana em Salvador, Rubens Jr em São Luís, Orlando Silva em São Paulo e Wadson Ribeiro em Belo Horizonte.
Neste sentido, a direção nacional do PCdoB orienta os militantes “a redobrarem ainda mais os esforços que resultem em fortalecer nossas candidaturas”. Segundo o texto, “o povo brasileiro sabe que pode contar com a lealdade do PCdoB, de seus parlamentares e gestores públicos.
“Despertando a esperança de nossa gente, apoiados na força do povo, respaldados por nossos/as amigos/as e aliados, erguendo alto, nas redes sociais e nas ruas, no contato direto com o eleitorado – respeitando as orientações sanitárias –, as bandeiras da vida, da democracia, do emprego, dos direitos, da proteção social, do desenvolvimento sustentável, repelindo e confrontando o bolsonarismo, temos grandes chances de levar à vitória as nossas candidaturas e também as de nossos aliados”.
Leia a íntegra do documento:
Votar 65, no PCdoB, é votar em defesa da vida, da democracia, dos direitos e do emprego!
A trinta e seis dias do primeiro turno das eleições municipais, o país atinge as tristes e trágicas marcas de mais de 5 milhões de contaminados e de quase 150 mil mortes pela Covid-19. Além dessa tragédia humanitária, o Brasil sofre severa recessão. Dados do IBGE indicam que 14 milhões de brasileiros/as estão desempregados, 5, 8 milhões estão desalentados e sequer procuram empregos, e outros 17, 1 milhões estão desempregados e não procuram trabalho devido a pandemia. A quebradeira até junho já havia fechado as portas de 716 mil empresas, de acordo com pesquisa também do IBGE, com projeção de crescimento rápido desse número.
A Amazônia, o Pantanal e o Cerrado, entre outros biomas, são devastados pelo fogo com a inoperância e a cumplicidade do governo federal. A vida do povo, também, é castigada pela carestia dos alimentos por culpa do governo que não formou estoques reguladores de gêneros de primeira necessidade, como é o caso do arroz, produto exportado em detrimento das necessidades da população. A situação social se agrava, pois o presidente Bolsonaro cortou pela metade a ajuda emergencial aos mais pobres, reduzindo-a para R$ 300. O PCdoB, em ação conjunta com outras forças progressistas e com as centrais sindicais, está na luta para manter o auxílio emergencial de R$ 600.
Essa verdadeira tragédia humanitária, econômica social e ambiental impacta fortemente as cidades. Daí que as eleições, embora estejam focadas nos problemas e potencialidades dos munícipios, também se realizam permeadas pelo confronto nacional que há entre o campo político liderado pelo governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro — responsável por essa tragédia — e o campo político oposicionista da frente ampla que luta em defesa da vida, da democracia, do emprego, da renda mínima aos mais pobres e da retomada do desenvolvimento.
Para o PCdoB, nestas eleições, as forças progressistas estão desafiadas a derrotar as candidaturas associadas a Bolsonaro e a conquistarem vitórias nas disputas às prefeituras e Câmaras Municipais, resultando em governos municipais que efetivem uma melhora substancial na vida do povo e fortaleçam a frente ampla democrática. Tais vitórias irão robustecer essa frente, fortalecendo a jornada da oposição e abrindo caminho para o Brasil se vir livre do pesadelo e da ameaça que se chama Bolsonaro e se reencontrar com a democracia e o desenvolvimento soberano.
Mais de meio milhão de candidatos e candidatas estão registrados, em todo o país, e, destes, mais de dez mil concorrem pelo 65, pela legenda do PCdoB e muitas delas se filiaram ao Partido pelas mãos do Movimento 65 e dos Comuns.
Do total de candidaturas do Partido, cerca de 37% são mulheres confirmando o valor que o Partido atribui às lutas pelos direitos, por emancipação e emponderamento das mulheres. Entre os/as candidatos/as do PCdoB, pela autodeclaração, a porcentagem, conforme a classificação do TSE, de pardos e pretos é superior à média nacional, em torno de 67% – o que espelha as raízes e os vínculos dos comunistas com o povo brasileiro.
O projeto do PCdoB abarca cerca de 1.000 munícipios, entre os quais, em 270 disputa prefeituras, com candidatos/as em 12 capitais, e 10 mil candidaturas a vereador. Nos 95 munícipios com mais de 200 mil eleitores, incluídas as capitais, onde residem mais de 40% da população brasileira, o Partido tem candidaturas a prefeito/a em 40 deles, número que o coloca em 8º lugar, neste ranking, entre as 33 legendas existentes.
Entre os destaques do projeto majoritário do PCdoB, estão Manuela d’Ávila, que lidera as pesquisas à prefeitura de Porto Alegre; a deputada estadual Olívia Santana, em segundo lugar em Salvador; o deputado federal Rubens Junior, em São Luís, cuja campanha se avoluma e cresce nas pesquisas; o deputado federal Orlando Silva e Wadson Ribeiro, relevantes candidaturas nas metrópoles de São Paulo e Belo Horizonte, respectivamente. Em outra importante capital do Sudeste, Rio de Janeiro, o PCdoB compôs uma chapa visando fortalecer a esquerda, indicando a deputada estadual Enfermeira Rejane como vice da candidata à prefeita Benedita da Silva, deputada federal do PT. Ressaltam-se, ainda, entre as candidaturas competitivas, a deputada federal Professora Marcivânia, em Santana (AP), o deputado estadual Inácio Falcão, em Campina Grande (PB); deputado estadual João Paulo, em Olinda (PE); e Dr. Getúlio, em Ribeirão das Neves (MG).
Muito relevante e precioso, também, é esse grande conjunto de candidaturas que compõem as chapas próprias do Partido às Câmaras Municipais. São lideranças que abrangem uma rica diversidade de lutas, movimentos e referências das boas causas das cidades. Eleger um significativo número vereadores/as é da máxima importância, pois eles/elas são os elos mais próximos de representação das aspirações e lutas do povo. Os mandatos conquistados serão canais de expressão de toda a chapa, vez que são fruto dos esforços e votos de cada um e cada uma das candidaturas.
A direção nacional congratula os organismos de direção estaduais e municipais, externa um elogio ao coletivo militante, aos/às nossos/as candidatos e candidatas que, apoiados/as no povo, enfrentaram a antidemocrática proibição de coligações proporcionais, a onda suja da extrema-direita contra a esquerda, em especial contra os comunistas, e colocaram de pé esse robusto e competitivo projeto eleitoral.
O PCdoB se dirige ao eleitorado democrático e progressista, aos/às seus/suas amigos/as e aliados, solicitando-lhes o apoio e o voto para eleger os/as candidatos/as da legenda 65. O seu voto nas candidaturas do PCdoB terá, também, uma dimensão democrática, pois, se o Partido obtiver um bom resultado nestas eleições, ele terá melhores condições políticas para superar a antidemocrática cláusula de barreira, em 2022, que visa a excluir, arbitrariamente, do Congresso Nacional e das demais casas legislativas, legendas programáticas e progressistas, como é caso de nosso Partido.
O povo brasileiro sabe que pode contar com a lealdade do PCdoB, de seus parlamentares e gestores públicos, como bem provam o governador Flávio Dino no Maranhão, com êxitos no enfretamento da pandemia e na geração de empregos, apesar da recessão de Bolsonaro; e a bancada comunista, com desempenho político altamente positivo na Câmara dos Deputados em defesa da nação e da classe trabalhadora.
Finalmente, a direção nacional do Partido exorta os dirigentes, o coletivo de militantes e filiados a redobrarem ainda mais os esforços que resultem em fortalecer nossas candidaturas, vencendo os obstáculos, como é caso da escassez de recursos financeiros que requer persistência, na forma da lei, para arrecadação de doações para a nossa campanha.
Despertando a esperança de nossa gente, apoiados na força do povo, respaldados por nossos/as amigos/as e aliados, erguendo alto, nas redes sociais e nas ruas, no contato direto com o eleitorado – respeitando as orientações sanitárias –, as bandeiras da vida, da democracia, do emprego, dos direitos, da proteção social, do desenvolvimento sustentável, repelindo e confrontando o bolsonarismo, temos grandes chances de levar à vitória as nossas candidaturas e também as de nossos aliados.
Brasília, 9 de outubro de 2020
Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
Por que
partidos políticos são tão necessários? https://bit.ly/3jbou6m
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