24 agosto 2024

Minha opinião: sem limites

Campanha eleitoral para além da paróquia
Luciano Siqueira 

O tema é recorrente. Principalmente nas capitais e cidades médias e grandes em que a cena política ganha um traço de complexidade. 

É possível circunscrever o debate eleitoral  aos problemas locais e abstrair, em certa medida, a questão nacional? 

Num contorcionismo escapista, talvez; e em circunstância muito específica para que dê certo. 

A própria polarização em boa medida decorrente da ascensão da extrema direita no país impõe o cruzamento dos problemas locais com os nacionais.

Às forças do campo popular e democrático, uma necessidade. 

Não apenas para vencer o pleito local, mas para fazer com que a possível vitória some em favor de uma melhor correlação de forças, hoje tão complexa e frequentemente adversa na qual opera o governo Lula. 

Em cidades em que a extrema direita e as forças conservadoras partem em franca desvantagem — o Recife é um exemplo — há quem argumente que a "nacionalização" da disputa é tão somente do interesse da direita. 

Errado. 

Até porque questões nodais da vida na cidade se relacionam com um lastreamento financeiro das soluções propostas — num país em que o valor arrecadado em tributos, estimado em 196 bilhões de reais este ano, cerca de 58% ficam com a união federal, 25% com os estados e apenas 16% com os municípios.

Isto precisa ser abordado sob a ótica das relações entre os três entes federativos. 

Assim, um subproduto inarredável da disputa pelo voto há que ser a elevação do nível de consciência política da população. 

Aos partidos da federação Brasil da Esperança (PT-PCdoB-PV) cabe uma responsabilidade especial nisso. Para vencer a peleja imediata e respaldar a tarefa da reconstrução nacional na qual está empenhado o governo Lula.

*Texto da minha coluna desta quinta-feira no portal Vermelho

Leia também: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/08/minha-opiniao-campanha_22.html 

4 comentários:

Anônimo disse...

Incrivelmente admirável, um homem que fez e continua seguindo por meio de gritos de alerta contra quase todos os poderes, onde se tiram vantagens às custas de um povo que sofre ao receber um sapato em uma eleição e outro depois de quatro anos. Precisamos entender que, na política, é fundamental compreender que um prefeito, com oposição maciça, não consegue realizar pelo povo. Isso vale para as demais esferas. Luciano é um homem honrado.Elen Fraga

Anônimo disse...

Análise importante camarada Luciano, estive Ontem numa conversa em Jaboatão com a presidenta nacional do Partido e Ministra da CTI, sua xará, o presidente local do PCdoB, Prof. Tiago Modanesi, a militante comunista Conceição Santos (Têtinha), o candidato à prefeito Elias Gomes, a coordenadora da Articulação Feminina do Jaboatão, Ana Selma Santos e outras lideranças políticas em torno do fortalecimento da campanha proporcional da Dra. Isadora No. 65.555, na tentativa de furar o bloquei da super-conservadora Câmara Municipal do Jaboatão.
Lembramos todos da qualidade militante do nosso amigo comum, o Lúcio Fernando Monteiro Pereira de saudosa memória.

Àna disse...

Concordo plenamente, querido companheiro! Não tem como nós batermos de fazer o debate nacional, até porque o que temos visto é o alcance do debate de são Paulo, por exemplo, aqui no Recife. Porque mais do que um simples pleito eleitoral municipal, estamos em pleno campo de batalha contra a extrema direita que insiste em rondar nosso país, atacando, especialmente, os direitos sociais, o trabalho, a previdência e os investimentos públicos. empobrecendo inclusive o nível de consciência para enfraquecer o embate de ideias. A luta contra a direita tem que ser diária.

Anônimo disse...

Sinto falta das reuniões onde debatiamos a Conjuntura Internacional e Nacional, onde eu pegava caneta e papel para ouvir diversos/as Camaradas que com suas palavras davam um norte preciso dos caminhos a seguir.
Talvez devido a tantos momentos como aqueles me levem a entender exatamente este seu artigo. Concordo plenamente.