08 outubro 2024

Minha opinião

Segundo turno é outra eleição 
Luciano Siqueira 

Anunciados os resultados de domingo, e o mapa das eleições no segundo turno em algumas capitais e dezenas de cidades de grande e média importância, de pronto instalou-se uma Babel na mídia dominante — como se o fenômeno não fosse conhecido desde a redemocratização. 

Em diversos veículos, a TV, sobretudo, revezam-se jornalistas ditos especializados e cientistas políticos atuantes na academia. 

Nenhum preconceito com estudiosos do mundo acadêmico que se debruçam sobre o fenômeno eleitoral. Mas é incrível como surgem palpites de toda ordem. Fora da realidade.

Logo cedo, no rádio, escutei uma cientista política dizer que os litigantes da próxima rodada em Olinda, Pernambuco, terão que enfrentar uma provável abstenção de certa monta (sic) entre o eleitorado da terceira colocada na disputa, de direita.

Ora, a experiência demonstra que o segundo turno é outra eleição e, no caso brasileiro, onde os partidos na grande maioria não são programáticos e têm base eleitoral fluida, não há uma relação estreita entre a performance de candidatos derrotados e seus eleitores. 

Em 48 horas a maioria dessa parcela de votantes já se inclina por um dos dois litigantes na segunda rodada.

Mesmo no caso da capital paulista, em que as candidaturas mais competitivas assumiram cores políticas bem definidas, não é adequado supor uma soma automática entre os eleitores do prefeito Ricardo Nunes e do terceiro colocado, Pablo Marçal, ambos de direita e identificados ou próximos do bolsonarismo. Em três semanas, Guilherme Boulos pode vir a suplantar o aniversário. 

Depende do transcurso da campanha.

Veremos.


Leia mais sobre o segundo turno: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/10/editorial-do-vermelho_8.html 

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