Brasil Debates, em editorial
1º motivo: O Brasil melhorou
Os avanços sociais durante o governo Dilma, em
prosseguimento ao período Lula, são incontestes e estão fartamente
documentados. Destacamos a redução da desigualdade social e a redução drástica da pobreza como grandes conquistas dos últimos governos,
que tiveram apoio na política de valorização do salário mínimo e nas melhorias do mercado de trabalho, com o
aumento da formalização aumentou e a redução do desemprego. Também foram importantes os programas de transferência de renda, da Seguridade Social e aqueles voltados ao combate da extrema pobreza.
Essas conquistas não foram obra do acaso, mas fruto
de política deliberada e da construção de um modelo de desenvolvimento historicamente inovador em que a questão social tem importância
estratégica e a distribuição de renda também funciona como mecanismo que impulsiona o
crescimento.
Para além do aumento expressivo mobilidade
social, os colaboradores
do Brasil Debate também identificaram avanços importantes em diversas áreas
como, por exemplo, na saúde, na redução do desmatamento, nas políticas para agricultura familiar, na questão energética, nos direitos trabalhistas, na habitação, no saneamento, e na ampliação e democratização do acesso à educação em todos os níveis, com destaque para a
ensino infantil e superior.
Este rumo civilizatório, apesar das dificuldades
presentes, precisa continuar sendo seguido.
2º motivo: Há riscos de retrocesso
O projeto implementado nos últimos 12 anos
causa desconforto em segmentos
privilegiados da sociedade, que têm
baixa adesão às convicções democráticas e não se conformam com a ascensão e a
pretensão das camadas populares de influir nos rumos do país. Esse
desconforto foi canalizado pelas candidaturas de Marina Silva e Aécio Neves, e
difundido pela mídia tradicional, que aposta na criação de mitos infundados, na retórica pessimista e na bandeira moralista.
O projeto conservador se apoia, no campo econômico,
em uma agenda de reformas neoliberais – explícitas ou implícitas nos programas
de Marina e Aécio – que inclui a flexibilização do mercado de
trabalho, o fim da
regra de ajuste do salário mínimo, o desmonte da previdência social, a redução do papel dos bancos públicos e o encolhimento do Estado.
O programa de Marina Silva foi além, ao propor
uma radicalização da pauta
financeira, com
propostas como a independência do Banco Central, um conselho externo para a política fiscal e a
eliminação do crédito direcionado.
Na política externa, o projeto conservador propõe um realinhamento com
os EUA em detrimento da integração sul-americana e da construção da aliança estratégica com os
BRICS.
Nesse contexto, os projetos de Marina e Aécio – apoiados pela elite conservadora,
pelo setor financeiro e pela imprensa tradicional – se mostram
contraditórios com o Estado de Bem-Estar Social previsto pela constituição de
1988, e incompatíveis com as demandas das manifestações de junho de 2013, que
reivindicavam mais e melhores serviços públicos.
Resistir a esta agenda é fundamental para evitar
que o país retome um padrão de crescimento concentrador de renda e que desmonte
o nosso incipiente Estado de Bem-Estar Social.
3º motivo: Dilma é o caminho para avançar
mais
Apesar dos progressos recentes, acreditamos que o
Brasil precisa assegurar o crescimento econômico, sem o qual dificilmente a
desigualdade poderia continuar a ser combatida com eficiência e
sustentabilidade.
Isto implicará, por um lado, a ampliação ainda maior dos
investimentos na indústria, infraestrutura e inovação, visando à redução dos custos e elevação da
produtividade e, por outro, na continuidade dos processos de controle fiscal,
controle inflacionário e redução dos juros.
Também – e não menos importante – será necessário
dar continuidade às mudanças capazes de tornar o Brasil um país mais justo e
igualitário. A redução das desigualdades de
renda e
riqueza e a busca da universalização da cidadania e da democracia plenas ainda
têm um longo caminho pela frente.
Para isso, seria importante que a sociedade
pressionasse e o governo buscasse efetivar uma reforma política que melhorasse os mecanismos de representação
e reduzisse o poder econômico na política. A continuidade do processo de
reconstrução do planejamento e do papel do Estado – um difícil caminho em
função do desmonte ocorrido nos anos de 1990 – precisará vir acompanhada de uma
gestão do Estado ainda mais eficiente, transparente e democrática.
Mudanças significativas no plano tributário também
se fazem necessárias para melhorar a eficiência produtiva e para avançar na
redução da desigualdade. Hoje a carga tributária brasileira continua sendo concentradora de renda, enquanto o gasto público distribui.
Outros desafios também devem ser enfrentados, como,
por exemplo, a democratização da mídia, a segurança pública, as questões urbana e agrária, os direitos das minorias, o reequilíbrio do pacto federativo e a
desmercantilização das políticas sociais.
Acreditamos que a candidatura Dilma é a única com
comprometimento e capacidade para enfrentar esses desafios e realizar mudanças.
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