07 outubro 2014

Batalha decisiva

Reeleger Dilma para garantir o avanço e barrar o retrocesso
Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB

Como se anunciava, a disputa para a presidência da República vai ser decidida no 2º turno, depois de um duro embate travado no 1º turno do pleito. Embora tenha se procurado esconder, houve um grande enfrentamento entre dois projetos. De um lado, a grande vencedora desta primeira volta, a presidenta Dilma Rousseff, que representa o projeto da mudança, do avanço, com um novo ciclo de transformações no país; de outro lado, Aécio Neves e Marina Silva, duas candidaturas sustentadas pelo consórcio oposicionista constituído pela oligarquia financeira, a grande mídia e os partidos conservadores e reacionários.

Além de acirrado, foi um primeiro turno singularmente marcado por reviravoltas. No início, o tucano Aécio era o predileto da direita, dos banqueiros, mas com a morte de Eduardo Campos e a subida de Marina Silva, a candidata da Rede-PSB passa a ser a aposta principal da oposição. A seguir, a candidatura de Marina, por ter se revelado inconsistente, é relegada a segundo plano e Aécio de novo volta a ser o preferido das forças conservadoras.

Dilma empreendeu um corajoso debate programático com seus adversários, defendeu as conquistas de seu governo usando como arma a verdade contra a mentira e apresentou um elenco de compromissos de novas conquistas econômicas, sociais e políticas ainda mais arrojadas para o futuro.

O resultado do primeiro turno revela que a presidenta tem no povo, nos trabalhadores, sobretudo nos pobres, a base social de apoio de sua campanha; enquanto Aécio Neves é o candidato dos ricos e das camadas altas da chamada classe média. Queira sim, queira não, temos o confronto do povo contra os endinheirados do país.

O segundo turno, que já começou, é a disputa bem clara entre dois campos políticos, liderados pelas duas legendas mais estruturadas do país, o PT e seus aliados da esquerda e do campo democrático; e o PSDB, como líder das forças conservadoras, de direita.

Dilma Rousseff, ao liderar de ponta a ponta o primeiro turno, como já assinalado, construiu o caminho que poderá levá-la à vitória em 26 de outubro próximo. Mas, não nos iludamos, a vitória virá no curso de um dos mais acirrados combates da história política do país.

A relevante vitória do PCdoB no Maranhão

O PCdoB obteve uma vitória inédita e de grande importância política. Pela primeira vez na história do país, a legenda comunista elegeu um governador de estado. Esta conquista se eleva, pela importância do Maranhão, devido ao seu grande potencial econômico, pelo fato de a vitória de Flávio Dino significar a derrota do mais antigo ciclo político oligárquico reinante no país e devido as qualidades políticas do governador eleito. Flávio Dino, apoiado no povo e nas forças políticas e sociais que o elegeram, tem condições de tornar realidade as esperanças de democracia e de progresso social e econômico que há décadas os maranhenses tanto aspiram.

Congresso Nacional e Assembleias Legislativas

Já para a Câmara Federal, houve um refluxo na votação do Partido. Em 2010, elegemos 15 deputados federais e, agora, conquistamos 10 cadeiras. Este refluxo será examinado, em breve, mais detidamente pela direção nacional, mas alguns condicionantes que incidiram para este resultado podem ser assinalados de antemão.

As forças conservadoras – para fazer valer seu objetivo de tentar reaver o governo da República – realizaram pesado ataque aos partidos da base de sustentação do governo e da campanha da presidenta Dilma. Esse ataque, em especial, se concentrou contra as legendas de esquerda e, em consequência, PT, PDT, e também nosso Partido – comparativamente a 2010 –, tiveram suas bancadas diminuídas. Portanto, o refluxo de nossa votação se deu no âmbito do recuo do número das cadeiras auferidas pelas legendas da base aliada do governo. Outro fator a ser examinado é o da fragmentação: seis novas legendas neste pleito conseguiram representação na Câmara dos Deputados.

Nesse mesmo contexto de causas, devemos examinar a redução de nossa representação no Senado Federal. Tentamos manter duas cadeiras, com a candidatura da deputada federal Perpétua Almeida a senadora pelo estado do Acre, que a despeito da boa votação obtida não se elegeu.

Para as assembleias legislativas estaduais tivemos um bom resultado, aumentando de 18 para 25 cadeiras. Este crescimento sinaliza que o Partido se enraíza mais nos estados e que ele tanto forma quanto acolhe mais lideranças de distintos segmentos socais.

Não podemos, também, deixar de assinalar – como fator de entrave ao crescimento eleitoral da esquerda, em especial, dos comunistas – o elevado custo das campanhas e o peso do poder econômico nas eleições. Apesar de nossa legenda ter feito grande esforço para minorar essa adversidade, sem dúvida ela impediu que o nosso resultado fosse melhor. Mas, como já assinalamos, a direção nacional e os nossos comitês estaduais, oportunamente, irão examinar a fundo o resultado, como sempre, tirando lições e apontando diretrizes para nosso Partido avançar.

Empenho redobrado pela quarta vitória do povo

Por fim, conclamamos nosso coletivo militante, as direções do Partido, a redobrarem o empenho para garantirmos, neste segundo turno, a reeleição da presidenta Dilma Rousseff. As forças conservadoras, os banqueiros, a grande mídia e – não tenhamos dúvidas – o imperialismo irão realizar um esforço inaudito para eleger Aécio Neves, tucano que é da inteira confiança deles.

Com a firmeza e as qualidades já demonstradas pela nossa candidata Dilma, com o incisivo debate programático de nossa campanha, com corajosa luta de ideias que desmascare o candidato tucano, com o engajamento entusiástico de todos aqueles que sejam partidários do Brasil e de seu progresso democrático, econômico e social, da afirmação de sua soberania, temos todas as condições de assegurar um outro mandato para Dilma, a quarta vitória do povo, sob o compromisso de um “governo novo e novas ideias” que proporcionem para o Brasil um novo ciclo de reformas e transformações.

São Paulo, 6 de outubro de 2014
Renato Rabelo é presidente do Partido Comunista do Brasil – PCdoB

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