Pedro de Oliveira, no Vermelho
Durante o primeiro semestre de
1945 um dos fundadores do Partido Comunista do Vietnã, conhecido na época como
Nguyen Ai Quoc, havia liderado o vitorioso movimento que levou o nome de
Vietminh e que desembocou na Revolução de Agosto.
Foi
o resultado de uma concepção de levante popular armado adotado pelo PC do
Vietnã. No dia 2 de setembro Ai Quoc saiu de seu “aparelho” num bairro de Hanói
-- depois de ter passado vários dias elaborando a versão final da Declaração de
Independência do Vietnã – para falar diante de uma multidão que se acotovelava
na principal praça da cidade, quando proclamou a Independência do Vietnã.
Somente
a partir deste momento é que o seu verdadeiro nome, Ho Chi Minh, se tornou
conhecido pela população do país. Foi quando os jornais da capital, Hanói, publicaram
a composição do recém-formado governo provisório da República Democrática do
Vietnã. Ho havia sido nomeado presidente. Ninguém jamais havia ouvido falar de
Ho Chi Minh. Em 19 de agosto de 1945, cinco dias apenas depois da rendição dos
japoneses aos aliados, o Vietminh protagonizou inúmeras manifestações populares
por todo o pais e assumiu o governo instalado em Hanói. A palavra-de-ordem
deste período foi “Pátria Acima de Tudo” –através da qual Ho Chi Minh pedia a
toda a população que apoiasse seu governo para criar uma unidade nacional capaz
de enfrentar os colonialistas franceses que não aceitaram a vitória da
Independência vietnamita.
Com o
final da Segunda Guerra Mundial houve um enfraquecimento do colonialismo
europeu em geral e do colonialismo francês em particular. A partir de 1945 até
1954 travaram-se grandes lutas anticolonialistas na península indochinesa, até
a famosa batalha de Dien Bien Phu, onde o general Vo Nguyen Giap dirigiu as
tropas vietnamitas e aprisionou os generais franceses na maior derrota militar
do Exército Colonial Francês.
Destes
fatos históricos até os dias de hoje o povo e o governo do Vietnã -- denominado
oficialmente República Socialista do Vietnã -- permaneceram firmes em seu
objetivo de manter a soberania nacional e construir o socialismo naquele país
do sudeste asiático. O principal órgão legislativo do país, a Assembleia
Nacional, acaba de ser renovado em maio último por eleições gerais que
mobilizaram 99,35% do eleitorado em condições de votar, ou seja, 67 milhões, 49
mil e 91 pessoas. Estas eleições foram organizadas com todas as garantias
democráticas inscritas na Constituição, no exercício de plena igualdade de
oportunidades e segurança. Esta instância do poder popular é composta por 496
membros, dos quais 160 foram reeleitos, 86 deputados e deputadas são
representantes de minorias étnicas, 133 são mulheres e 71 membros têm menos de
40 anos de idade.
O
grande debate que está galvanizando as atenções nesta sessão da Assembleia
Nacional está ligado às questões econômicas. A prioridade estabelecida é a
garantia da estabilidade macroeconômica, o controle inflacionário, a manutenção
do crescimento econômico e o respeito aos direitos sociais, a segurança do
emprego e a seguridade social. Três cenários de crescimento econômico foram
discutidos. O primeiro estava no patamar de 6,27%, o segundo em 6,5% e o
terceiro – que foi aprovado – no nível de 6,7%. De janeiro a júlio de 2016 a
inflação elevou-se em 1,82%. O número de médias e pequenas empresas aumentou em
cerca de 23% e o Investimento Estrangeiro Direto chegou a 8 bilhões de dólares
neste mesmo período. Desafios foram relatados no enfrentamento de desastres
naturais, como a infiltração de água salgada nos rios do país. Outra
manifestação que também exigiu atenção dos deputados foi a quantidade de
ciber-ataques a sistemas de informação do Vietnã. O último grande ataque
atingiu o sistema de aviação comercial do país, um problema que vai exigir
concentração de esforços de vários ministérios.
No
plano das relações internacionais a Assembleia Nacional discutiu o
fortalecimento da independência nacional, a manutenção da integridade
territorial e a soberania, a defesa de um ambiente de paz, de estabilidade, de
inabalável amizade e cooperação com os outros países, a diversificação das
relações com todos os organismos internacionais e o exercício do
multilateralismo, tornando o Vietnã uma nação amiga, participante responsável
na comunidade internacional.
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