Luciano
Siqueira, no Blog da Folha
O noticiário dos últimos dias tem registrado oscilante atitude de Michel Temer e seu grupo em relação aos protestos contra seu governo.
O noticiário dos últimos dias tem registrado oscilante atitude de Michel Temer e seu grupo em relação aos protestos contra seu governo.
Após
tentar reluzi-los à insatisfação de alguns poucos, passa a reconhecer que
assumem uma dimensão significativa.
Impossível
não enxergar os 100 que foram às ruas em São Paulo no fim de semana!
Em
relação a outras matérias, como as pretendidas reformas previdenciária e
trabalhista, o presidente e ministros ora afirmam que devem acontecer
imediatamente, ora acenam com um processo mais demorado de debate.
Desde a
interinidade essa oscilação, em geral é mediada pelas pressões da base
parlamentar governista essencialmente conservadora e fisiológica, numa ponta; e
pelos senhores do mercado financeiro, ou seja, o poderoso setor rentista que
determina o que o governo deve fazer e tem o controle da mídia monopolizada.
Parece
um mero detalhe, mas não é: trata-se de um governo ilegítimo, frágil e refém de
uma base política e social elitista e desencontrada.
No que
se refere ao relacionamento do governo com os movimentos sociais e os protestos
políticos, tudo até agora tem sido mero ensaio do que está por acontecer.
A
agenda regressiva de direitos assumida pelo grupo que assaltou o poder central
inevitavelmente resultará em muita luta social e política.
Nada
que se possa confundir com ação de baderneiros - como insinuam Temer e seu
ministro da Justiça.
Na
verdade, prenuncia-se uma tendência ascendente de manifestações, nas mais
diversas formas, contrárias às políticas neoliberais que estão sendo retomadas.
Esta
será uma variável importante na cena política atual, capaz de gradativamente
alterar a correlação de forças nas esferas institucionais, que proporcionou a
consumação do impeachment.
Parcelas
expressivas da população que, entre perplexa e impactada pela pressão
midiática, não alcançou ainda o sentido das mudanças políticas em curso,
gradativamente serão instadas, até por instinto de sobrevivência, a reagir
diante do agravamento de suas condições de existência.
Passadas
as eleições municipais, Brasília voltará a ocupar lugar central na cena e toda
a perversidade do retorno ao padrão neoliberal do governo chegará à casa dos brasileiros.
Em suma,
viveremos uma nova fase de acirrado conflito social e político.
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