Kátia Guimarães, no Brasil 247
Kátia Guimarães, que relata ter sido demitida da diretoria da NBR e da Voz
do Brasil, na EBC, "logo depois da primeira etapa do golpe contra a
presidenta Dilma", conta o cenário dentro da empresa depois que Laerte
Rimoli, ex-assessor de Eduardo Cunha, assumiu a presidência e lamenta
"pelo cidadão brasileiro que continuará alienado e perde mais um direito
constitucional, do acesso à informação limpa, e continuará à mercê da mídia
manipuladora que nos enoja diariamente"; para ela, "esse governo
reinaugurou o macarthismo, a perseguição a jornalistas"
Logo depois da primeira etapa do golpe contra a
presidenta Dilma, fui demitida da diretoria da NBR e Voz do Brasil na EBC. Voltei
pra a empresa dias depois convidada pelo grande jornalista e amigo Ricardo Melo
para participar da resistência em defesa da comunicação pública e da EBC.
Durante todo esse processo fomos constrangidos e
boicotados (alguns episódios foram tão absurdos que não devo relatar aqui) por
golpistas que aparelharam a EBC - sim quem ocupou a empresa com pseudo
jornalistas e profissionais que se diziam concursados, mas na verdade entraram
no trem da alegria da velha Radiobrás, foi esse governo golpista - para
destruir a comunicação pública e usá-la em defesa de um governo ilegítimo.
Por uma decisão questionável juridicamente ficamos
sabendo que o presidente escolhido por temer, ex-assessor de Eduardo Cunha e
que tocou o terror na comunicação da câmara dos deputados, voltaria a tomar
posse.
Ontem pela manhã, as nossas demissões começaram a
ser publicadas na internet. Fomos enxotados. Chegou o aviso pra sair
rapidamente porque a nova direção não queria nos ver ali quando o novo
presidente chegaria para a posse.
Esse é o parâmetro de comportamento de um governo
que tramou o golpe em reuniões secretas com corruptos do congresso e o próprio
usurpador que tomou de assalto o planalto. Não preciso aqui falar da
competência de Ricardo, conhecida em várias redações. Mas faço questão de dizer
aqui que o jornalismo da TV Brasil hoje é deplorável, o "arroz com
feijão" como foi dito em alto e bom som logo que a empresa foi tomada. Lamento
pela EBC, por seus profissionais - sim ali encontrei pessoas, de caráter e
comprometidas, e fiz grandes amizades. Lamento pela comunicação pública
brasileira (que nasceu no governo do PT pelas mãos da grande guerreira Tereza Cruvinel
e ainda caminhava em busca de amadurecimento).
Lamento pelo cidadão brasileiro que continuará
alienado e perde mais um direito constitucional, do acesso à informação limpa,
e continuará à mercê da mídia manipuladora que nos enoja diariamente.
Esse governo reinaugurou o macarthismo, a
perseguição a jornalistas
essa é apenas mais uma das histórias nada republicanas que acontecem todos os dias na esplanada ocupada.
essa é apenas mais uma das histórias nada republicanas que acontecem todos os dias na esplanada ocupada.
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