Minha entrevista ao Jornal do Commercio

'Nossa aliança é heterogênea'

Vice de João Paulo (PT) por dois mandatos consecutivos, Luciano Siqueira milita ao lado do prefeito Geraldo Julio (PSB), candidato à reeleição e diz que mantém boa relação com João Paulo

Marcela Balbino, no Jornal do Commercio

J C – Nesta segunda etapa da campanha, como será sua atuação?

LUCIANO SIQUEIRA – Nos preparamos para dois turnos. Então, a confirmação não nos surpreendeu. Temos muitas operações a fazer. É significativo irmos ao segundo turno, porque durante toda a campanha o desempenho de Geraldo, em todas as pesquisas, foi ascendente. Nosso concorrente João Paulo teve movimento descendente. Ruim é quando você vai para o segundo turno caindo.

JC – Houve algum desconforto quando saiu o resultado colocando João Paulo e Geraldo no segundo turno?

LUCIANO – Não só fiz parte (da gestão de João) como ele é meu amigo pessoal, independentemente de disputa. No debate da Globo, quando terminou, está- vamos conversando abraçados eu e João Paulo. Geraldo e Paulo Câmara se aproximaram e eu disse, em tom de brincadeira, “esse amor aqui é indestrutível”. Fico absolutamente tranquilo porque o partido teve muito debate. Nunca deixei de reconhecer os oito anos de João Paulo na Prefeitura do Recife, que eu compartilhei. Ao mesmo tempo, sou sincero ao externar a opinião que, para as circunstâncias de hoje, com o Brasil em crise e uma maior dificuldade de financiamento para os governos locais, o mais capacitado para governar é Geraldo, não João Paulo. É essa a percepção que eu tenho. Sem que arranhe a minha amizade com João Paulo nem a aliança nacional.

JC – Há constrangimento ao subir no palanque e ouvir críticas ao governo federal, do qual o senhor é defensor?

 LUCIANO – Sobre a questão da crise nacional, as diferenças de opinião entre mim e Geraldo são explícitas. Não há nem constrangimento quando eu externo a nossa opinião nem quando Geraldo externa a dele. Repito, o pleito é municipal. É importante respeitar a diferença. Claro que nossa aliança é heterogênea e existem partidos com posição mais à direita, mais extremada contra Lula e Dilma. Respeito a opinião deles e eles têm que respeitar a minha. Do contrário, criam-se fissuras na unidade da Frente Popular.

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