Frevo que te quero verde
Luciano Siqueira
Cá estamos
geograficamente equidistantes de todos os centros de efervescência carnavalesca, num raio de uns bons cinquenta quilômetros.
Contato com a
civilização barulhenta e eufórica só pela TV — que mantemos desligada.
Nada contra a festa.
Tudo a favor do verde!
Por um tempo curto, é
verdade. Quatro dias apenas nos divorciam da metrópole, nosso habitat.
A idade avançou, sim. Mas não é motivo para estarmos longe da folia. Questão de opção mesmo,
necessidade desse contato com a natureza quase em estado rude, sobrevivente por
conta própria.
Caminhar por trilhas
ou simplesmente contemplar a imensidão verde que se perde na linha do
horizonte.
Perceber o traçado
ondulante do rio que serpenteia distante.
Ou nos largarmos na rede
do alpendre para a boa leitura, que instiga e enleva, uma taça de um bom tinto
ao alcance da mão.
Da folia que ficou
para trás teremos muitas notícias na versão fantasiosa dos amigos e no relato
de filhas, genros, netos e da neta.
Imagens estarão à disposição
nos meios digitais, registros definitivos de uma espécie de memória coletiva
imediata.
Quem sabe no virtuoso
ano de 2024 bata a vontade de retornar às ladeiras de Olinda e as ruas
históricas do Recife.
Pode ser.
Mas por agora vale
curtir o verde, a paz do campo e do espírito.
Um ótimo
carnaval.
É o frevo, meu bem https://bit.ly/3Ye45TD
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