Juventude, Trabalho e o Subdesenvolvimento
O livro “Juventude, Trabalho e Subdesenvolvimento” é de leitura
obrigatória para estudiosos do mercado de trabalho e uma importante ferramenta
para os sindicalistas compreenderam mais e melhor a realidade do trabalho no
Brasil.
Nivaldo Santana/Vermelho www.vermelho.org.br
O professor Euzébio Jorge, doutor em desenvolvimento econômico pela
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), escreveu um importante e
atualíssimo livro – “Juventude, Trabalho e o Subdesenvolvimento”.
A obra, base de sua tese de doutorado, foi produzida sob orientação do
professor Márcio Pochmann. Com quase 400 páginas, o livro ambiciona traçar um
panorama atual da inserção dos jovens no mercado de trabalho.
O estudo em tela parte de quatro premissas:
a. Mesmo nos períodos
de crescimento econômico e avanços sociais não houve mudanças estruturais no
mercado de trabalho para a juventude;
b. Não se alterou a
forma e os meios de inserção do jovem no mercado de trabalho;
c. O processo de
acumulação capitalista no país se aproveita da pobreza e insuficiência das
políticas sociais para ampliar o trabalho precário na juventude;
d. O trabalhador jovem
tem baixo poder de negociação de suas condições de trabalho.
O livro tem cinco capítulos. Começa por uma abordagem política do
emprego juvenil pós-crise de 2005 (impeachment da presidenta Dilma) e procura
apontar a relação entre o subdesenvolvimento e a precoce inserção do jovem no
mercado de trabalho.
Na sequência, o texto em tela faz uma análise estrutural e
histórica do nível de ocupação, do desemprego e de uma questão chave para a
juventude: a transição da escola para o trabalho.
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Nesse estudo, o autor aponta três características básicas no mercado de
trabalho juvenil, agravadas quando a economia fica estagnada: alto desemprego,
alta rotatividade e baixos salários.
Esse processo econômico-social produz em larga escala pobreza,
informalidade, subemprego e trabalho precário, realidade de 23% da população
brasileira com idade de 15 a 29 anos (47 milhões de pessoas, dados de 2021).
Em suas considerações finais, o autor conclui que “a juventude tende a
aceitar novas modalidades de contratações, ocupações com maior rotatividade e
com remunerações menores… o que a torna mais vulnerável às variações dos ciclos
econômicos”.
Na atualidade, com o advento em larga escala do trabalho mediado pelas
plataformas digitais (aplicativos) a precarização do trabalho se acentua com
uma dramática agravante: o jovem ingressa ainda mais cedo no mercado de
trabalho.
Com essas brevíssimas considerações, já se depreende que o livro é de
leitura obrigatória para estudiosos do mercado de trabalho e uma importante
ferramenta para os sindicalistas compreenderam mais e melhor a realidade do
trabalho no Brasil.
O livro “Juventude, Trabalho e o Subdesenvolvimento”, de autoria de
Euzébio Jorge Silveira de Sousa, Appris Editora, está disponível em algumas livrarias
e pode também ser adquirido pela internet.
Nem sempre
a aparência é igual à essência https://bit.ly/3Ye45TD
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