Ontem à noite, após o lançamento do sétimo livro de poeamas
de Cida Pedrosa, ‘Claranã’ – um sucesso -, foi à solenidade de posse na
Academia Pernambucana de Letras da poeta e contista Bartira
Soares. Bartira
ostenta uma obra de fôlego, em estilo próprio, em que combina o primor estético
com a emoção. Este é um dos seus mais belos poemas:
Hora rubra
Pelas copas das árvores o sol
arrasta-se minguante para os caminhos
do oeste. Súbito um pássaro de asas
atrevidas fende o fio do tempo
e cai vertiginoso no íntimo da tarde .
Recolho em mim os escombros
dessa hora rubra e deixo que a agonia
dessa paisagem talhe em minha face
um rio e um ricto de sinuosas revelações.
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