Maior
população prisional do mundo, pobreza infantil acima dos 22%, nenhum subsídio
de maternidade, graves carências no acesso à saúde… bem-vindos ao “paraíso
americano”
Por Pragmatismo
Político,
revista Fórum
Os
EUA costumam se revelar ao mundo como os grandes defensores das liberdades,
como a nação com a melhor qualidade de vida do planeta e que nada é melhor do
que o “american way of life” (o modo de vida americano). A realidade, no
entanto, é outra. Os EUA também têm telhado de vidro como a maioria dos países,
a diferença é que as informações são constantemente camufladas. Confira abaixo
10 fatos pouco abordados pela mídia ocidental.
1.
Maior população prisional do mundo - Elevando-se desde os anos 80, a
surreal taxa de encarceramento dos EUA é um negócio e um instrumento de
controle social: à medida que o negócio das prisões privadas alastra-se como
uma gangrena, uma nova categoria de milionários consolida seu poder político.
Os donos destas carcerárias são também, na prática, donos de escravos, que
trabalham nas fábricas do interior das prisões por salários inferiores a 50
cents por hora. Este trabalho escravo é tão competitivo, que muitos municípios
hoje sobrevivem financeiramente graças às suas próprias prisões, aprovando
simultaneamente leis que vulgarizam sentenças de até 15 anos de prisão por
crimes menores como roubar chicletes. O alvo destas leis draconianas são os
mais pobres, mas, sobretudo, os negros, que representando apenas 13% da
população norte-americana, compõem 40% da população prisional do país.
2.
22% das crianças americanas vive abaixo do limiar da pobreza - Calcula-se que
cerca de 16 milhões de crianças norte-americanas vivam sem “segurança
alimentar”, ou seja, em famílias sem capacidade econômica para satisfazer os
requisitos nutricionais mínimos de uma dieta saudável. As estatísticas provam que
estas crianças têm piores resultados escolares, aceitam piores empregos, não
vão à universidade e têm uma maior probabilidade de, quando adultos, serem
presos.
3. Entre 1890
e 2012, os EUA invadiram ou bombardearam 149 países - O número de
países nos quais os EUA intervieram militarmente é maior do que aqueles em que
ainda não o fizeram. Números conservadores apontam para mais de oito milhões de
mortes causadas pelo país só no século XX. Por trás desta lista, escondem-se
centenas de outras operações secretas, golpes de Estado e patrocínio de
ditadores e grupos terroristas. Segundo Obama, recipiente do Nobel da Paz, os
EUA conduzem neste momente mais de 70 operações militares secretas em vários
países do mundo.
O
mesmo presidente criou o maior orçamento militar norte-americano desde a
Segunda Guerra Mundial, superando de longe George W. Bush.
4.
Os EUA são o único país da OCDE que não oferece qualquer tipo de subsídio de
maternidade - Embora
estes números variem de acordo com o Estado e dependam dos contratos redigidos
por cada empresa, é prática corrente que as mulheres norte-americanas não
tenham direito a nenhum dia pago antes ou depois de dar à luz. Em muitos casos,
não existe sequer a possibilidade de tirar baixa sem vencimento. Quase todos os
países do mundo oferecem entre 12 e 50 semanas pagas em licença maternidade.
Neste aspecto, os Estados Unidos fazem companhia à Papua Nova Guiné e à
Suazilândia.
5.
125 norte-americanos morrem todos os dias por não poderem pagar qualquer tipo
de plano de saúde - Se não tiver seguro de saúde (como 50 milhões de
norte-americanos não têm), então há boas razões para temes ainda mais a
ambulância e os cuidados de saúde que o governo presta. Viagens de ambulância
custam em média o equivalente a 1300 reais e a estadia num hospital público
mais de 500 reais por noite. Para a maioria das operações cirúrgicas (que
chegam à casa das dezenas de milhar), é bom que possa pagar um seguro de saúde
privado. Caso contrário, a América é a terra das oportunidades e, como o nome
indica, terá a oportunidade de se endividar e também a oportunidade de ficar em
casa, torcendo para não morrer.
6.
Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos. Só entre 1940
e 1980, 40% de todas as mulheres em reservas índias foram esterilizadas contra
sua vontade pelo governo norte-americano - Esqueçam a
história do Dia de Ação de Graças com índios e colonos partilhando placidamente
o mesmo peru em torno da mesma mesa. A História dos Estados Unidos começa no
programa de erradicação dos índios. Tendo em conta as restrições atuais à
imigração ilegal, ninguém diria que os fundadores deste país foram eles mesmos
imigrantes ilegais, que vieram sem o consentimento dos que já viviam na
América. Durante dois séculos, os índios foram perseguidos e assassinados,
despojados de tudo e empurrados para minúsculas reservas de terras inférteis,
em lixeiras nucleares e sobre solos contaminados. Em pleno século XX, os EUA
iniciaram um plano de esterilização forçada de mulheres índias, pedindo-lhes
para colocar uma cruz num formulário escrito em idioma que não compreendiam,
ameaçando-as com o corte de subsídios caso não consentissem ou, simplesmente,
recusando-lhes acesso a maternidades e hospitais. Mas que ninguém se espante,
os EUA foram o primeiro país do mundo oficializar esterilizações forçadas como
parte de um programa de eugenia, inicialmente contra pessoas portadoras de
deficiência e, mais tarde, contra negros e índios.
7.
Todos os imigrantes são obrigados a jurarem não ser comunistas para poder viver
nos EUA - Além
de ter que jurar não ser um agente secreto nem um criminoso de guerra nazi, vão
lhe perguntar se é, ou alguma vez foi membro do Partido Comunista, se tem
simpatias anarquista ou se defende intelectualmente alguma organização
considerada terrorista. Se responder que sim a qualquer destas perguntas, será
automaticamente negado o direito de viver e trabalhar nos EUA por “prova de
fraco carácter moral”.
8.
O preço médio de uma licenciatura numa universidade pública é 80 mil dólares - O ensino
superior é uma autêntica mina de ouro para os banqueiros. Virtualmente, todos
os estudantes têm dívidas astronômicas, que, acrescidas de juros, levarão, em
média, 15 anos para pagar. Durante esse período, os alunos tornam-se servos dos
bancos e das suas dívidas, sendo muitas vezes forçados a contrair novos
empréstimos para pagar os antigos e assim sobreviver. O sistema de servidão
completa-se com a liberdade dos bancos de vender e comprar as dívidas dos
alunos a seu bel prazer, sem o consentimento ou sequer o conhecimento do
devedor. Num dia, deve-se dinheiro a um banco com uma taxa de juros e, no dia
seguinte, pode-se dever dinheiro a um banco diferente com nova e mais elevada
taxa de juro. Entre 1999 e 2012, a dívida total dos estudantes norte-americanos
cresceu
à marca dos 1,5 trilhões de dólares, elevando-se assustadores 500%.
9.
Os EUA são o país do mundo com mais armas: para cada dez norte-americanos, há
nove armas de fogo - Não é de se espantar que os EUA levem o primeiro
lugar na lista dos países com a maior coleção de armas. O que surpreende é a
comparação com outras partes do mundo: no restante do planeta, há uma arma para
cada dez pessoas. Nos Estados Unidos, nove para cada dez. Nos EUA podemos
encontrar 5% de todas as pessoas do mundo e 30% de todas as armas, algo em
torno de 275 milhões. Esta estatística tende a se elevar, já que os
norte-americanos compram mais de metade de todas as armas fabricadas no mundo.
10.
Há mais norte-americanos que acreditam no Diabo do que os que acreditam em
Darwin - A
maioria dos norte-americanos são céticos. Pelo menos no que toca à teoria da
evolução, já que apenas 40% dos norte-americanos acreditam nela. Já a
existência de Satanás e do inferno soa perfeitamente plausível a mais de 60%
dos norte-americanos. Esta radicalidade religiosa explica as “conversas
diárias” do ex-presidente Bush com Deus e mesmo os comentários do
ex-pré-candidato republicano Rick Santorum, que acusou acadêmicos
norte-americanos de serem controlados por Satã.
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