Reduzir
salário até à metade é um crime
Portal Vermelho
A proposta do governo Bolsonaro de redução
dos salários na proporção da redução da jornada de trabalho, que pode chegar a
50%, é um atentado à vida da classe trabalhadora. Começa que com a renda
reduzida o consumo cai. Em um cenário de paralisação da economia mundial diante
do avanço da Covid-19, a lógica manda estimular o mercado doméstico, não
restringi-lo.
Com salário reduzido e baixo consumo, a produção desacelera e a
economia perde ainda mais impulso, uma tendência de retrocesso em cadeia, um
efeito gerando outro. O certo seriam medidas de estímulo à dinâmica econômica
interna, inclusive para manter o círculo dos impostos advindos do consumo e as
obrigações do Estado.
O mais grave é a
imposição de sacrifício aos trabalhadores. Com a renda reduzida, eles terão
menos condições de comprar alimentos e remédios para outras doenças, ficando
mais expostos à pandemia da Covid-19. Se com o salário normal, já arrochado, o
consumo é limitado, com essa medida a situação fica muito mais precária.
Para o trabalhador informal, a situação é ainda pior. O auxílio
mensal de R$ 200, apelidado pelo próprio governo de “coronavoucher”, chega a
ser vergonhoso. Os trabalhadores nessa condição representam 41,1% da força de
trabalho ocupada no país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Como resumiu o presidente da Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, esse pacote “é inaceitável”.
Para o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, ele é “antidemocrático,
antinacional e antipopular”.
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