Fora de tempoLuciano Siqueira
Ouvindo o rádio logo cedo, lembrei daquela
marchinha que diz que foi seu Cabral que descobriu o Brasil no terceiro dia do
carnaval.
É que hoje celebramos Tiradentes e há
carnaval no Rio, em São Paulo e em outras partes do país.
Fora de época, como se diz.
Tudo por conta da pandemia do novo coronavírus,
que de tão intenso e multifacetado em variantes as mais diversas, já não é tão
novo assim...
De toda forma, há muito que celebrar
nesse carnaval extemporâneo. Sobretudo a derrota de Bolsonaro e sua legião de
negacionistas.
Pois só é possível ter carnaval agora e
o uso de máscaras estar flexibilizado para locais públicos em todo o país
porque afinal beiramos 80% da população brasileira vacinada.
Contra a vontade de Bolsonaro e sua
trupe. Inclusive dos dois últimos ministros da Saúde, o general falso
especialista intendente e o ex-respeitado especialista em hemodinâmica, ora no
cargo.
O presidente fez campanha contra a vacina
e retardou o quanto pôde a sua aquisição.
Deu interpretação pessoal e vulgar ao
conceito de imunidade de rebanho.
Quando enfim admitiu a compra de
vacinas, na saleta ao lado auxiliares seus bancavam negociatas devidamente
denunciadas pela CPI no Senado. Sabia de tudo e nada fez, cometendo
prevaricação explícita.
Então, o carnaval desses dias até
domingo — ao som do samba, frevo, maracatu e marchinhas antigas e recentes —
termina sendo a comemoração popular da vitória da ciência e da derrota do
presidente obtuso e inepto.
Oxalá (ainda se usa essa expressão?) possamos
cantar a velha marchinha carioca na versão atualizada e dizer que o Brasil terá
sido redescoberto, em outubro, pela maioria dos brasileiros que enfim terá
enterrado o fascismo bolsonarista.
[Ilustração: Bajado]
.
Veja: O PCdoB e a política de alianças: a água e o óleo https://bit.ly/3EonuYC
Nenhum comentário:
Postar um comentário