01 fevereiro 2023

Pequenas indústrias em desvantagem

Juros altos asfixiam as pequenas indústrias

Taxa de juros elevada e exigência de garantias excessivas são obstáculos para o financiamento, segundo a CNI
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Micro e pequenas empresas industriais brasileiras afirmam que as dificuldades de acesso ao crédito – acentuadas pelos juros estratosféricos – são o principal entrave para manter e investir em seus negócios.  

O Panorama da Pequena Indústria (PPI), pesquisa realizada trimestralmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que a insatisfação com os juros cresceu no último trimestre de 2022. Isso se refletiu nos indicadores de atividade das indústrias de construção, transformação e extrativa – que recuou em desempenho, situação financeira, confiança e perspectiva.

“O cenário do mercado de crédito é desafiador, por conta, principalmente, do elevado nível da taxa de juros. Levando isso em consideração, é ainda mais importante que as micro e pequenas empresas busquem orientação adequada no momento de busca por financiamento ou empréstimo”, afirma o gerente de Política Econômica da CNI, Fábio Guerra. Para entidade, o acesso ao crédito é fundamental para o desempenho das pequenas e médias empresas, seja para reestruturação ou para a expansão dos negócios.

Os juros para empréstimos e investimentos usam como referência a Selic, a taxa básica de juros da economia estipulada pelo Banco Central (BC), atualmente em 13,75% ao ano, após sucessivos aumentos promovidos durante o governo de Jair Bolsonaro. Além das condições de juros que fazem com que os investimentos sejam inviáveis, as empresas de menor porte ainda enfrentam a resistência dos bancos para a concessão de crédito.

Além dos juros, os empresários consideram graves entraves para seus negócios a falta e alto custo da matéria-prima, a demanda interna insuficiente, a competição desleal e dificuldades com logística de transporte.  

O Índice de Desempenho  das pequenas e médias industrias fechou o quarto trimestre de 2022 com 44,3 pontos, uma redução de 3,1 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o Índice de Situação Financeira fechou o ano com 43 pontos. 

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