16 outubro 2024

Indústria da saúde

Governo Lula investe R$ 4,2 bilhões para incrementar indústria da saúde
Grupo Executivo do Complexo Econômico da Saúde anunciou a destinação de recursos com foco em atender demandas do SUS com produção nacional de insumos e produtos estratégicos
Murilo da Silva/Vermelho  

Nesta terça-feira (15), o Grupo Executivo do Complexo Econômico da Saúde (Geceis) esteve reunido em Brasília, ocasião em que foram anunciados investimentos de R$ 4,2 bilhões neste ano para garantir a produção nacional de insumos e produtos estratégicos para o SUS (Sistema Único de Saúde), como forma de ampliar o atendimento à população.

Os recursos oriundos do Novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), como parte da estratégia Nova Indústria Brasil (NIB), visa contemplar 42 projetos de modernização de laboratórios públicos e institutos de ciência e tecnologia, realizar parcerias público-privadas, além de garantir uma margem de preferência para compras públicas de produtos nacionais.

De acordo com o Ministério da Saúde, os 42 projetos selecionados pela pasta contemplam 16 instituições. Já a margem de preferência para produtos fabricados no Brasil em compras para o SUS corresponde a 5% no caso de medicamentos e pode ser acumulada a margem adicional de 10% em caso de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA).

Na ocasião estiveram presentes o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin e os ministros da Saúde, Nísia Trindade; de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Entre os insumos nacionais fomentados para reduzir a dependência nacional de importação, constam: terapias avançadas; vacinas; soros; medicamentos para doenças e populações negligenciadas; produtos oncológicos; imunossupressores; anticorpos monoclonais; radiofármacos; insumos farmacêuticos ativos (IFAs) e dispositivos médicos. 

“Este é um momento importante para a nova política industrial e para as metas do Complexo Econômico e Industrial da Saúde (Ceis) que hoje se tornam realidade graças ao trabalho conjunto de todos, incluindo as câmaras técnicas e os grupos de discussão”, disse Nísia Trindade. 

Segundo o Ministério da Saúde, atualmente, mais de 90% da matéria-prima de IFA usada no Brasil é importada. Já os equipamentos médicos correspondem a 50% das importações, enquanto medicamentos prontos, a 60% e vacinas, acima desse percentual.

“A meta é atingir uma média de 70% de produção local no setor em dez anos, com previsão de investimento só pelo Novo PAC de R$ 8,9 bilhões até 2027”, informa o ministério.

Na sua fala a ministra Luciana Santos destacou a importância dos investimentos em CT&I como estratégia de saúde pública: “Na nossa gestão, a ciência não é tema de apenas um ministério. Ela integra toda a agenda do governo. A gente costuma dizer que o Brasil voltou ao mundo e a ciência voltou ao Brasil.  Desde que assumimos, já implementamos um conjunto de medidas no sentido de retomar a nossa capacidade científica e também de fazer com que a ciência assuma papel de protagonismo no enfrentamento aos nossos desafios”.

O Geceis envolve 11 ministérios, nove órgãos governamentais e mais de 30 associações empresariais, centrais sindicais, representantes do setor produtivo e da sociedade civil.  Conforme o governo federal, o setor da saúde representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, envolve 20 milhões de empregos diretos e indiretos e corresponde a mais de 30% das pesquisas científicas no país.

A projeção do governo Lula é de que nos próximos dez anos cerca de 70% das necessidades do SUS sejam atendidas por insumos produzidos no Brasil.

Confira as tabelas com destinação de recursos, projetos e instituições envolvidas:


Nenhum comentário: