Pessimismo e otimismo hoje
Luciano
Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
A economia brasileira vai mal? Sim, sem dúvida.
Tanto que o governo arrisca todas as suas fichas, como medida emergencial, no
pesado ajuste fiscal imediato para equilibrar as contas públicas, na
expectativa de retomar o crescimento em seguida. Pagando pesado preço político.
A retração das atividades produtivas e do consumo,
o desemprego parcial mas significativo, a pressão inflacionária e que tais dão
base objetiva para a incerteza e o pessimismo.
Natural que assim seja.
Porém entre o fato objetivo e o compreensivo
pessimismo se interpõem lentes poderosas, de cunho político, que multiplicam
tudo à enésima potência. Importa ao complexo midiático e à oposição partidária
fazer a maioria dos brasileiros acreditar que "o Brasil não tem mais jeito"
sob o governo Dilma.
Será isso mesmo?
Parece que não, a julgar pelo comportamento da
turma que investe seu capital em busca de pomposos retornos e não costuma
arriscar no escuro nem jogar dinheiro fora.
Informam os ministérios do Transporte e Trabalho e
a Secretaria da Aviação Civil (a propósito do programa de concessões destinado
a alavancar a economia via grandes investimentos em infraestrutura) o número
recorde de 314 e 92 propostas, respectivamente, de empresas interessadas em
estudos de viabilidade para obras em rodovias e aeroportos.
Avalia o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa,
que "esse resultado é prova do potencial e do dinamismo da nossa economia,
da nossa capacidade de atrair investimentos, bem como da diversificação do
nosso setor privado”.
De outra parte, matéria no portal BBC Brasil
assinala que "surpreendentemente" o fluxo de Investimentos
Diretos Estrangeiros (IDE) para o Brasil continua em patamares relativamente
elevados.
Analistas do chamado
"mercado", por seu turno, estimam para este ano o aporte de 60
bilhões de dólares.
O que dá razão a estudiosos que
monitoram a economia com a isenção necessária à sua credibilidade e que
assinalam a expectativa positiva de que, na fase pós-ajuste, o Brasil volte a
crescer. Acreditam na capacidade instalada de nossas forças produtivas e no
imenso mercado interno.
O que, por outro lado, reclama melhoria
substancial da produtividade e da competitividade industrial mediante inovação
tecnológica e câmbio favorável, além de uma política de juros que estimule
investimentos produtivos.
Moral da história 1) entre o pessimismo
midiático-oposicionista e a realidade concreta, há muito o que enxergar - e
valorizar.
Moral da história 2) debater é preciso
- "com as quatro patas fincadas na realidade", como dizia Plekhanov.
Ilustração: do Jornal GGN
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