Governadores na contraofensiva do golpismo
Luciano
Siqueira, no Blog da Folha
Na história política de uma nação há correntes de
pensamento que se fazem duradouras, e mesmo permanecem - ora latentes, ora
explícitas, conforme as circunstâncias. Para o bem ou para o mal.
No Brasil, o udenismo golpista é uma corrente
rediviva.
A UDN (União Democrática Nacional), fundada em1945
e extinta com o golpe militar de 1964, opunha-se a ferro e fogo às posições à
esquerda e ao nacionalismo emergente.
No plano econômico, o liberalismo clássico e a
abertura ao capital estrangeiro.
No plano político, apoiado na elite dominante e em
parcelas expressivas dos setores médios e com respaldo midiático, tendo perdido
o pleito presidencial por três vezes sucessivas, as duas primeiras com o
brigadeiro Eduardo Gomes e a terceira com o general Juarez Távora, recorreu à
subversão da ordem institucional como meio extremo de superar a falta de votos
pelo golpe. Contra Getulio, Juscelino e Jango.
Eram as vivandeiras dos quartéis.
Qualquer semelhança com o PSDB, hoje, não é mera
coincidência. A ânsia em interromper o mandato constitucional da presidenta
Dilma, mal tendo completado seis meses de governo, idem.
Daí a importância do manifesto divulgado pelos nove
governadores do Nordeste, sexta-feira última, em Teresina, em apoio à
presidenta Dilma, em defesa da Constituição e em repúdio às manobras golpistas.
No manifesto, os mandatários nordestinos assinalam
que "povo brasileiro fez uma opção em 2014, a quem confiou governar o
Brasil. No mesmo momento em que elegeu todos nós, governadores e vices para
governar os nossos Estados”, e que o "mandato de quatro anos determina um
prazo para que os compromissos de campanha sejam cumpridos, para que os
desafios sejam vencidos, os ajustes sejam feitos, os projetos sejam
implementados e os resultados sejam colhidos”.
Mais: consideram “incabível qualquer tipo de
interrupção do mandato da presidenta Dilma Rousseff, já que não há motivo
jurídico para tanto”.
O PSDB e as oposições à direita, udeno-golpistas,
enxergam o Brasil com o olhar do grande capital rentista, como dizia Miguel
Arraes, "a partir da Avenida Paulista".
Os governadores do Nordeste enxergam o Brasil com o
olhar de uma região plasmada na resistência e que a muito custo vem encontrando
o caminho de sua redenção.
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