Males de origem
Eduardo Bomfim, no portal Vermelho
A grande mídia hegemônica, em suas poucas variantes, possui um currículo invejável e com raríssimas exceções detém a marca invejável de ter participado de todas as conspirações contra a legalidade constitucional da história contemporânea do país.
Em período recente movimentou-se febrilmente contra
o governo popular, nacional desenvolvimentista de Getúlio Vargas em 1954,
aliada às forças mais retrógradas, alinhadas aos setores subordinados à opção
da dependência irrestrita econômica, geopolítica brasileira.
Apoiaram, em outras épocas, a nefasta teoria de
Gobineau, misto de antropólogo, sociólogo, diplomata francês, que armado de
falsas teses científicas, alardeava aos quatro cantos do mundo que o Brasil por
condição de nação tropical, infestado de doenças típicas do clima, associado a
uma mestiçagem promíscua de raças: negros, índios, europeus, estaria condenado
ao subdesenvolvimento inevitável.
Daí empalmaram a surreal ideia, junto a
intelectuais colonizados da época, do embranqueamento nacional através de ondas
maciças de imigrantes europeus como atenuante aos “nossos males de origem”, e
apesar de condenados pela nossa formação antropológica, as coisas podiam ser ao
menos minimizadas.
Superado tamanho disparate científico agarram-se a
outros temas como a destinação do nosso eterno purgatório à dependência
econômica estrutural por razões de grande atraso em nosso salto ao
desenvolvimento capitalista moderno que com muita sutileza, duvidosa
sofisticação acadêmica foi recauchutada pelo “príncipe da sociologia
brasileira” o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
No período autoritário de 1964 a mídia oligárquica
promoveu, como vanguarda do retrocesso, o arbítrio em curso ao lado de vários
setores das elites civis do país.
Produziram uma falsa revisão de suas posições da
época mas a verdade é que além de crescerem espetacularmente no período
ditatorial de 21 anos suas intenções jamais foram de autocrítica, pretendem
continuar na senda autoritária de um cosmopolitismo subalterno que nunca
abandonaram.
Hoje mais uma vez agem contra a legalidade
constitucional, a democracia, os interesses da nossa soberania, o
desenvolvimento efetivo do país. Urge, além da luta pela sagrada liberdade de
opinião e expressão, intensa defesa da Constituição e da nação, ameaçadas.
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