O melhor para quem mais precisa
Jailson de Barros Correia*, no Jornal do Commercio
Era preciso ousar e inovar. O modelo de rápida expansão da cobertura da Saúde da Família, outrora necessário, dava sinais de esgotamento. A mesma população que celebrara a chegada do postinho, já não mais admitia uma rede em que predominam casas alugadas convertidas em unidades de saúde, cômodos adaptados como consultórios, corredores estreitos e quentes e profissionais de saúde cuja motivação desbota junto com as paredes surradas de sucessivas demãos de cal.
Estava claro que o desafio passara a ser o de ofertar não só mais serviços de saúde, mas serviços melhores. Era preciso tomar a decisão política de fazer o melhor para quem mais precisa. Eis como surgiram as Upinhas no Programa de Governo do prefeito Geraldo Júlio. O termo caiu no gosto do povo. Afinal, a ideia prevê Unidades de Saúde da Família desenhadas para oferecer as melhores condições de atendimento. Ponto. Esmero no projeto, no acabamento, nos móveis e equipamentos, na climatização, na informatização em todos os ambientes, na acessibilidade e, por que não dizer, no conforto e segurança para profissionais e usuários.
Onde o atendimento ocorre com horário estendido (Upinhas-Dia), ou ininterruptamente (Upinhas 24h), com área de observação totalmente equipada. Uma inovação que tem despertado a atenção de várias regiões do País. Estruturas adequadas e equipes completas com médicos, enfermeiros, odontólogos, técnicos e agentes de saúde prontos para dar maior resolutividade ao atendimento, inclusive de pequenas urgências, sem prejuízo das atividades de promoção à saúde e prevenção. Onde auditório e salas de apoio favorecem a motivação dos profissionais, a integralidade do cuidado e a participação da comunidade, e onde a educação permanente está amalgamada à atividade assistencial.
Era preciso começar. Hoje, seis Upinhas (sendo três 24h) fizeram avmetamorfose do papel ao concreto, ganharam vida e já começam a impactar nos indicadores de saúde, enquanto vão compondo a paisagem urbana nos bairros em que se localizam.
E mais. Nos dois primeiros anos da gestão do prefeito Geraldo Júlio, os investimentos em saúde (R$ 87 milhões) superaram a soma dos investimentos de toda a década anterior. Decisão política e parcerias com a bancada parlamentar, do Congresso às Casas de Joaquim Nabuco e José Mariano e com os governos federal e estadual viabilizaram grandes obras, como o Hospital da Mulher e as Unidades Públicas de Ambulatório Especializado (UPAE). E foi iniciado o que sem dúvida é o mais abrangente programa de requalificação da história da cidade. Sete Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), três maternidades, quatro policlínicas, um hospital pediátrico, 70 Unidades de Saúde da Família, 20 Academias da Cidade e a sede da Vigilância em Saúde são algumas das reformas concluídas ou em curso.
A extensa capilaridade da rede de saúde do Recife, com seus 250 equipamentos, implica que suas profundas carências estruturais não estão todas equacionadas. Há ainda muito, muito que avançar, com senso de urgência e paciência histórica. Mas já se pode afirmar que as Upinhas inauguram o alto padrão de qualidade na atenção básica que há de balizar as ações agora e no porvir.
* Secretário de Saúde do Recife
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