Questão de peso e medida - e de ação concreta
Luciano Siqueira, no portal Vermelho
O que dá pra rir, dá pra chorar/Questão
só de peso e medida/Problema de hora/E lugar... – ensina a canção de Billy Blanco.
Depende de como a gente enxergue o que
acontece e, na política, de como reage.
Domingo passado, na Convenção Nacional
do PSDB, oradores credenciados, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso,
elevaram o tom em suas pretensões golpistas e o senador Aécio Neves se
autoproclamou preparado para assumir a presidência da República a qualquer
momento (sic).
Quem visita a história republicana
brasileira identifica na algazarra tucana a tentativa de repetir, bem à moda da
velha UDN, episódios nefastos de quebra da ordem constitucional como último
recurso da elite dominante derrotada nas urnas. Como se Dilma fosse Getúlio, em
1954, ou Jango, dez anos após.
Ou seja, o choro dos que perderam mais
uma vez em 2014 pouco a pouco se converte na pretensão desmedida de uma
revanche a todo custo, mesmo ao arrepio da legalidade vigente.
Isto numa situação momentaneamente
difícil para o governo da presidenta Dilma, sob bombardeio midiático e
amargando a dispersão e sua base político-partidária, pode levar os golpistas a
acreditarem que está chegando a hora do assalto ao poder.
Mas, como assinala Renato Rabelo, “eles
não estão levando em conta, como sempre, a força das massas trabalhadoras e
populares, ainda reduzida e aparentemente imóvel. Mas, uma lei objetiva da luta
social comprova que as grandes mobilizações do povo irrompem através de um
detonador muitas vezes imprevisível. O golpe ou sua incessante tentativa pode
incendiar a “lenha seca”.
Pode ser.
Será, se além dos pronunciamentos
incisivos na Câmara e no Senado, das declarações de ministros e governadores e
da peleja no terreno das ideias escritas na rede midiática democrática e
popular (incluindo as redes sociais), partidos, grupos políticos independentes,
personalidades, lideranças populares e instituições do movimento social se
articularem concretamente em defesa da democracia.
Nesse sentido, todos os caminhos podem
dá na bodega, como diz o nosso povo. Desde que militantes e ativistas
esclarecidos, combativos e hábeis saibam relacionar pequenos e médios conflitos
localizados e setoriais com a luta nacional.
A população beneficiária das conquistas
alcançadas nos últimos doze anos, uma vez compreendendo que o golpe viria para
bloquear em definitivo seus interesses e anseios fundamentais, ganhará
consciência e ânimo para reagir.
A resistência, portanto, há que se fazer
na esfera da “grande política” e pela base da sociedade, levando a convergirem
todas as energias num mesmo rumo: a defesa do mandato da presidenta Dilma e da
democracia, dos interesses fundamentais dos trabalhadores e da retomada do
desenvolvimento do País.
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