18 agosto 2020

Duelo de titãs


EUA querem Brasil no 5G sem China
O Estado de São Paulo

O plano do governo americano batizado de Clean Network (em português, redes limpas), que deixa a chinesa Huawei fora da estrutura de redes de tecnologia 5G “não estará completo sem o Brasil”. A afirmação é do subsecretário de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente do Departamento de Estado americano, Keith Krach, em entrevista ao ‘Estadão’.

Com o leilão de frequências 5G previsto para o ano que vem, o Brasil virou uma peça central na guerra tecnológica entre os dois países. Segundo Krach, os EUA estão “prontos para garantir de qualquer forma uma tecnologia 5G aberta, inovadora e confiável" no Brasil”.

“Temos tido conversas com o governo brasileiro e acho que estão indo muito bem. Esperamos que nossos parceiros brasileiros se juntem a nós na Clean Network, que não estará completa sem o Brasil. É o país mais poderoso da América Latina e tem sido um grande amigo dos EUA”, afirmou.

“O Brasil está no processo de tomar essa decisão sobre o 5G. Há um número crescente de países e empresas que estão questionando a confiabilidade da Huawei”, disse o subsecretário.

Os EUA têm feito lobby para que a chinesa Huawei seja vetada dos leilões, sob o argumento de que há ameaça à soberania nacional. A empresa é a maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo e o principal nome na corrida pelo oferecimento de tecnologia 5G. 

Washington argumenta que a empresa é um braço de vigilância do Partido Comunista Chinês. Os chineses negam. Para os americanos, um “caminho limpo” de 5G pressupõe que fornecedores não confiáveis – como a Huawei, na visão dos EUA – devem ser banidos do oferecimento de equipamentos de transmissão, controle ou armazenamento. Krach afirma que os EUA vão respeitar a decisão do governo Jair Bolsonaro, qualquer que seja ela, e disse que o país “não vai cancelar nenhum diálogo econômico ou algo parecido”, em razão da decisão. Ao longo da entrevista, no entanto, o subsecretário dá um sinal de que o País precisará escolher um lado, ao repetir, três vezes: “O Brasil terá de se perguntar: em quem ele confia?”

Veja: A amizade Brasil-China faz bem https://bit.ly/2Q4ub9W

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