Luciano Siqueira
Bom ou ruim? Esse amigo de vocês não conhece argumentos – que
certamente existem – em favor ou contrários, que atestem vantagens ou
desvantagens de estarmos assim organizados como Estado nacional. Nem é o que
interessa neste breve comentário. Ou, melhor dizendo, o que cabe aqui é o
registro de uma medida do governo federal que vem em defesa do equilíbrio entre
a União e os estados, com consequências positivas para os municípios.
Trata-se de um aporte da ordem de R$ 296
bilhões, entre 2014 e 2033, destinados a compensar os estados que perderem
arrecadação com o advento da redução gradual das alíquotas interestaduais do
tributo para 4%, em prazo de quatro ou oito anos. Este é o caminho pretendido
para se atingir a unificação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS). Isto para corrigir a assimetria decorrente da existência de diferentes
alíquotas - 7%, que beneficia os estados fortes economicamente; 12%, utilizada
pelos de economia mais frágil.
Essa assimetria é a base
do que se convencionou chamar de “guerra fiscal” entre os estados, que se
digladiam mediante flexibilização unilateral de alíquotas, na busca de novos
investimentos, que deixaria de existir com a unificação de alíquotas.
Dito assim parece
simples, porém o tema é objeto de controvérsias, como de resto tudo o que se
refere à questão tributária. A presidenta Dilma procura conquistar o apoio de
todos os vinte e sete governadores para com isso assegurar larga maioria na
votação da matéria no Senado e na Câmara dos Deputados.
Segundo a Medida
Provisória, será constituído um fundo de compensação que, estima-se, poderá
alcançar R$ 222 bilhões até 2033, a serem repassados aos estados na forma de transferências
obrigatórias.
Demais, se retomará o
expediente de um fundo de desenvolvimento regional, que ocuparia o lugar das
negociações unilaterais e competitivas entre os estados na atração de
investimento.
A proposta parece bem
urdida e sua concretização pode vir de fato a reforçar relações mais harmônicas
entre os entes federativos.
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