A guerra do bem
Aldo Rebelo, no Blog do Renato
As Forças
Armadas estão indo de porta em porta nesse dia de hoje, sábado, com mais de 200
mil homens e mulheres para empreender um grande esforço no combate ao mosquito
Aedes aegypti e às doenças que ele transmite, dengue, chikungunya e zika vírus.
A
campanha contribui para a atuação da Vigilância Sanitária porque as Forças
Armadas têm pessoal, flexibilidade, disciplina e prestígio junto à população
para visitar os lares. Ficou evidente, desde os primeiros dias em que os
militares saíram às ruas, que muita gente,receosa de abrir as casas, sentia-se
segura quando via os soldados na sua porta.
Até a última
quinta-feira,foram vistoriados cerca de 36% dos 67 milhões de imóveis
domiciliares, comerciais e públicos a serem visitados. Em grande parte das
inspeções, foram encontrados focos do mosquito. E a preocupação reside na
quantidade de focos existente nos imóveis dos recalcitrantes que não abrem a
porta ou deixam prédios fechados.
Para eles, foi
editada uma medida provisória tí- pica das conjunturas de emergência, pois
autoriza entrada forçada dos agentes públicos. A pequena resistência ou descaso
não compromete a unanimidade em torno desse esforço de guerra. Mas circulam
opiniões sobre a ineficácia estrutural da campanha de erradicação do Aedes
aegypti,com o argumento de que as epidemias em curso são fruto da “miséria
social” brasileira.
No entanto, o
ciclo de governos iniciado em 2003 construiu uma malha sanitária nunca vista.
Em dez anos, de 2003 a 2013, o número de domicílios
urbanos com
redes coletoras de esgotos ou fossas sépticas aumentou de 32,8 milhões para
47,3 milhões, cobrindo 84,17% das áreas urbanas. As obras continuam, mas o
momento impõe uma cruzada de urgência e a faceta social das Forças Armadas
trava uma guerra benigna para ajudar a combater infortúnios que afligem o povo.
Aldo Rebelo é
ministro da Defesa e membro do Comitê Central do PCdoB
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