Brasil 247
Em nota, a Federação Única dos
Petroleiros repudia a nomeação de “um ex-ministro de FHC que chancelou
processos de privatização e tem em seu currículo acusações de irregularidades e
improbidade na administração pública”. Eles citam contratos de parceria com o
setor privado para construção de usinas termoelétricas, entre 2000 e 2003, que
“geraram prejuízos de mais de US$ 1 bilhão à Petrobras, que se viu obrigada a
assumir integralmente as termoelétricas para evitar perdas maiores”.
REPUDIAMOS
A INDICAÇÃO DE PEDRO PARENTE PARA A PRESIDÊNCIA DA PETROBRÁS
A indicação de
Pedro Parente para a presidência da Petrobrás é fortemente rechaçada pela
Federação Única dos Petroleiros.
É inadmissível
termos no comando da empresa um ex-ministro do governo Fernando Henrique
Cardoso que chancelou processos de privatização e tem em seu currículo
acusações de irregularidades e improbidade na administração pública.
O perfil
ultraliberal de Pedro Parente o descredencia por completo para assumir o
comando de uma empresa estatal que tem sido a âncora do desenvolvimento e das
políticas públicas estruturantes do país.
Sua nomeação
está na contramão das lutas travadas pelos trabalhadores para evitar o desmonte
do Sistema Petrobrás.
O currículo de
Pedro Parente não deixa dúvidas sobre que lado ocupa na luta de classes. Ele
participou ativamente dos dois mandados do governo FHC, onde atuou como
Secretário Executivo do Ministério da Fazenda, entre 1995 e 1999, e como Chefe
da Casa Civil, entre 1999 e dezembro de 2002. No final de 2000, passou a
acumular a presidência da Câmara de Gestão da Crise Energética, o chamado
“ministério do apagão”, responsável por uma série de arbitrariedades, como
racionamento e cortes de energia e multas altíssimas impostas aos consumidores.
Um dos maiores
escândalos protagonizados por Pedro Parente no governo tucano foram os
contratos para compra de energia emergencial e as “compensações” feitas às
concessionárias privadas e aos investidores atraídos pelo Programa Prioritário
de Termeletricidade, que impôs prejuízos bilionários à Petrobrás. Professores
do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP chegaram na época a denuncia-lo
ao Ministério Público Federal por improbidade administrativa.
Sob a chancela
de Pedro Parente, a Petrobrás teve que assinar contratos de parceria com o
setor privado para construção de usinas termoelétricas, entre 2000 e 2003, onde
se comprometeu a garantir a remuneração dos investidores, mesmo que as empresas
não dessem lucro, bem como cobrir os custos dos empreendimentos, caso a venda
de energia não fosse suficiente para sustentar os investimentos.
A chamada
“contribuição de contingência” gerou prejuízos de mais de US$ 1 bilhão à
Petrobrás, que se viu obrigada a assumir integralmente as termoelétricas para
evitar perdas maiores. O valor das usinas, avaliadas em US$ 800 milhões,
equivalia a um terço dos US$ 2,1 bilhões que a estatal teria que desembolsar
para honrar as compensações garantidas aos investidores até o final dos
contratos, em 2008. Tudo autorizado por Pedro Parente.
Não é com
gestores deste perfil que a Petrobrás vencerá a crise que atravessa. A FUP
repudia sua indicação e exige que toda a diretoria da gestão Bendine entregue
seus cargos, caso o Conselho de Administração da empresa aprove a nomeação de
Pedro Parente.
Os petroleiros
seguirão em luta contra o desmonte do Sistema Petrobrás e não darão um minuto
de sossego aos entreguistas.
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