Nagib Jorge Neto*
Esse fato
– ocorrido em Casa
Amarela, no Recife – tem tudo a ver com o alarido
das lideranças que pedem urgência,
reformas, com avanço veloz do auto que conduz um país doente, aflito. Nesse tom , elas apontam o Estado ,
os servidores públicos ,
a Previdência , os aposentados, que
seriam causas de todos os problemas nacionais. Sem
qualquer graça atacam as “minorias
privilegiadas” – as forças sociais - e repetem a máxima
do humorista Aparício Torreli, o Barão de Itararé: “É este
o Estado a que
chegamos!”.
Evidente que o país
está em crise, o Estado enfraquecido, mas o governo provisório na prática cuida de vender estatais , quebrar monopólios –
do Estado , é óbvio
–, e garantir incentivos ,
vantagens , ao investimento
externo , volátil
e especulativo . Nessa linha , restringe o crédito ,
subsídios , visando comprometer a produção agrícola e industrial , com a quebra
de empresas , instituições ,
sobretudo regionais .
Em suma ,
a política econômica
consolida o poder de decisão
da Avenida Paulista ,
controlado por encapuzados escudeiros da
ordem global .
Não há, nem pode haver avanço
no ajuste fiscal ,
no sistema financeiro, agrário, ou seja,
no combate à sonegação ou concentração de terras e riquezas, detidas por 10% da população .
Essa farra tem respaldo dos arautos das
reformas, de figuras que defendiam a ditadura, o Estado
forte. Alguns são
fascistas que estavam de férias ou reformistas,
neo-esquerdistas, que cansaram de cutucar onça com vara curta .
Enfim, a “geração da redentora”, dos coloridos,
ou pós-alcoolismo, teme os anárquicos batalhões da mídia
que faz a louvação e venda da ocupação liberal. Que
mudou, então ? Nada, pois está de volta o
velho esquema
de poder no país e a “democrácia” não precisa de Estado forte para proteger suas “tenebrosas transações”.
É tempo de belas mentiras ,
promessa de riqueza, reformas, com base na Constituição
de 88, ou na concepção de seus interpretes ou guardiões.
Assim é urgente expropriar o que resta do patrimônio nacional ,
usando como arma
a pressa , a ficção da ambulância ,
e acusando as “minorias ” de tumultuar o país . Nisto
lembra o regime que transformou camponês
em rurícola ,
favela em “assentamento sub normal”, mas foi vencido com
resistência, protestos, que agora são vistos como ação de agitadores e reprimidos por policiais e cães. Até
acabar a farsa da pressa.
* Nagib
Jorge Neto é jornalista.
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