Eduardo
Bomfim,no portal Vermelho
O governo interino, maculado por
golpe institucional, mostra nítido confronto com as manifestações pela
legalidade democrática, tanto como a formação da sua equipe ministerial, além
das medidas iniciais tornadas públicas através da grande mídia nativa.
O
“novo governo” nasceu envelhecido, sem legitimidade internacional, sob
desconfiança de várias nações devido à forma como chegou ao poder.
Sem
respaldo, carrega consigo a ausência do voto dos brasileiros e o “show de
horrores” na votação do impedimento, notadamente na Câmara dos Deputados, registrado
pela mídia mundial.
Sua
equipe não tem o perfil dos setores médios pró golpe atraídos pela
justificativa do mote contra a corrupção. Grande parte dos seus ministros
responde a processos, indiciados nas sucessivas operações policiais em curso no
País.
As
elites financeiras, camadas médias, que apoiaram o golpe contra a presidente da
República clamavam contra os impostos, porém foram avisados pelo Ministro da
Fazenda, Francisco Meireles, que “os impostos devem baixar, mas, por enquanto,
vão aumentar ainda mais”.
Destaca-se
igualmente a reforma ministerial que “enxugou” ministérios estratégicos aos
interesses do País, à nossa identidade nacional, como a Cultura.
Assim,
o governo anuncia políticas neoliberais ainda mais radicais que as impostas por
FHC, nas áreas da saúde, educação, SUS, privatizações do patrimônio estatal
etc.
O
governo Temer vai deparar-se com a firme luta dos defensores da democracia,
contrários às suas propostas baseadas em fundamentos monetaristas liberais
sectários, que visam liquidar históricas conquistas trabalhistas, pensões,
aposentadorias etc.
Terá
dessa forma a oposição dos legalistas, democratas. E não se exclui a
insatisfação geral dos apoiadores do impedimento.
Trata-se
de governo interino, ilegítimo, sustentado pela banca financeira, grande mídia,
grupos retrógrados do empresariado, todos ávidos de poder. Sua margem de ação
política antinacional, antissocial é estreita, sem espaços para alcançar alguma
popularidade.
A
crise política segue sem nenhuma saída pactuada. Só a convocação de eleições presidências,
a implementação de lúcido, consistente projeto de desenvolvimento estratégico,
assentado na centralidade do interesse nacional, pode evitar a grave eventualidade
de um vazio de poder no País.
Nenhum comentário:
Postar um comentário