Por que explicar se é possível confundir?
Luciano Siqueira
Leio agora na Folha de S. Paulo que o húngaro Erno Rubik, criador do cubo mágico, lançou livro intencionalmente confuso sobre a sua invenção.
O próprio
invento por si mesmo é “confuso” para simples mortais como eu, pois existem
43.252.003.274.489.856.000 maneiras de ordenar os quadrados, mas só uma dessas
combinações é a correta – segundo cálculos matemáticos.
Segundo a reportagem, nas quase cinco décadas que transcorreram desde
aquele dia, o Cubo Mágico se tornou um dos mais duradouros, intrigantes,
enlouquecedores e absorventes quebra-cabeças que já foram criados. Mais de 350
milhões de cubos já foram vendidos em todo o mundo; se incluirmos derivados, o
total é ainda maior.
Tudo bem.
E se outros inventores de coisas
complexas também preferissem escrever livros confusos sobre seus inventos,
daria para calcular as horas de embaraço e aflição de milhões de interessados?
E se cientistas como Albert
Einstein seguissem caminho idêntico?
O fato que muita coisa se tenta
explicar desde que nossos antepassados mais distantes descobriram o fogo e,
posteriormente, a pólvora.
A Humanidade caminha no rastro de
descobertas – e das necessárias explicações sobre o sentido de cada coisa, para
que tenham alguma utilidade.
Daí já estarmos na Quarta
Revolução Industrial, dita 4.0. e a relação do Homem com a Natureza se faz mais
complexa e promissora, a depender do bom uso da ciência e da tecnologia.
A inovação é o fio condutor do
progresso humano, dizem.
E da satisfação de necessidades
básicas, materiais e espirituais.
Agora, cá com
meus antiquados botões e minha eterna desconfiança, fico a pensar se não há uma
conexão diabólica entre o dito inventor húngaro e a turma que aqui em nosso
país tropical insiste em que a Terra é plana e amaldiçoa a ciência todo santo
dia.
Pois quando
se quer fazer as coisas na contramão da História, melhor confundir do que
explicar.
Ou não?
Sempre
bom ter dicas de leitura https://bit.ly/310BQuN
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