Volta do futebol com torcida é o apogeu da
irresponsabilidade
Flamengo tem razão em ter pedido
adiamento de partida contra Palmeiras
Tostão,
Folha de S. Paulo
A flexibilização
social é compreensível, desde que sem aglomeração e com o uso
de máscara e outros cuidados. Mesmo quem já teve contato com o vírus,
com a presença de anticorpos, deveria manter o distanciamento, pois não existe
certeza sobre quanto tempo dura a imunidade.
O futebol com
torcida, desejado principalmente por alguns dirigentes, alguns
governantes e pela CBF, mesmo com um terço da capacidade dos estádios —no
Maracanã, seriam 20 mil pessoas—, é o máximo, o apogeu da irresponsabilidade. A
reunião para discutir o dia da volta foi por videoconferência.
O Flamengo, paradoxalmente o clube que mais quer a presença do público,
vive um grande surto da doença, com a maioria dos jogadores infectados, além de
vários dirigentes e membros da comissão técnica. Nos próximos dias, poderão
surgir outros contaminados.
O presidente da República, que costuma se ausentar da
responsabilidade pelos efeitos da pandemia, com a justificativa
de que o STF concedeu aos governadores e aos prefeitos o direito de decisão,
apoia, via Ministério da Saúde, o retorno da torcida. Vários governantes e
outros dirigentes de clubes são contrários.
Vem
mais confusão por aí, pois, em outubro, começam as Eliminatórias Sul-Americanas
para a Copa de 2022. Dezenove jogadores brasileiros que atuam no exterior vão
viajar, jogar e voltar para seus clubes. Terão que ficar em quarentena.
O
Flamengo, com toda razão, pediu o
cancelamento do jogo contra o Palmeiras,
pelo Brasileiro, pois tem poucos atletas do grupo principal em condições de
jogar. A partida da última quarta-feira (23), contra o Barcelona, em Guayaquil,
não deveria ter ocorrido, pois vários jogadores que atuaram já estavam
infectados. Alguns, só deram positivo no dia seguinte.
O Palmeiras, com a aprovação da CBF, quis levar vantagem técnica,
mesmo sabendo que os seus jogadores poderiam ser infectados, um desumano
egoísmo.
A
partida, felizmente, foi adiada com a decisão do Tribunal Regional do Trabalho
do Rio de Janeiro.
A
justificativa da CBF para para manter o jogo era a palavra mágica “protocolo”,
facilmente driblada pelo vírus.
Enquanto continua a pandemia, a bola rola com pouquíssimos gols,
ao contrário da tendência mundial.
O Corinthians contratou
Otero e Cazares, que, geralmente, ficavam na reserva no Atlético-MG. Os dois
têm uma característica em comum, a irregularidade. Otero, se não acertar um de
seus mísseis ao gol, torna-se um jogador mediano. Cazares tem muita habilidade
e pouca técnica. Faz jogadas brilhantes e outras bisonhas, além de não ter uma
boa participação coletiva.
O
Palmeiras empata, mas não perde. Era assim também com Felipão. O time, pelo
elenco, pelo sistema defensivo e pela experiência de Luxemburgo, é um forte
candidato a ganhar títulos. Porém, se o Palmeiras estivesse no grupo do São
Paulo, no qual enfrentaria o River Plate e a LDU, estaria invicto?
No sábado (26), o São Paulo enfrentaria o Inter. Quero fazer uma
correção de um de meus comentários anteriores. Escrevi que prefiro a
inconsistência do São Paulo à regularidade do Palmeiras, com a expectativa de
que o São Paulo, por ter alguns ótimos momentos, evoluiria, se tornaria uma
equipe que jogasse bem e que fosse regular, o que aumentaria as chances de
ganhar títulos.
Depois
que vi o meia-atacante Igor Gomes iniciar a saída de bola com o goleiro,
tentando trocar passes dentro da área, uma função dos volantes, o que resultou
na perda da bola e no segundo gol da LDU, fiquei decepcionado.
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