24 setembro 2020

Minha crônica da quinta-feira

Quem é quem na videoconferência

Luciano Siqueira

As emoções dão cor à vida, dizem os psicólogos. E também tornam interessantes vídeoconferências, às vezes prolongadas e cansativas.

A videoconferência é um subproduto da pandemia. Veio para ficar. Que beleza: fazemos nossas reuniões nacionais que antes implicavam custos de passagens de avião e hospedagem em hotel, agora à distância, na tela do computador.

Cansativas reuniões é verdade, quando prolongadas ao excesso ou mal conduzidas.

Prazerosas na maioria das vezes.

Frequentemente divertidas — se você praticar a atenção difusa: um olho no debate, o outro no comportamento dos participantes.

A maioria se comporta com muita disciplina e atenção. O grau de concentração é muito bom.

Mas tanto quanto em reuniões presenciais, há casos em que fluem a vaidade, a presunção e que tais.

Já vi gente pronunciar tantas vezes o pronome pessoal “eu” que imaginei existir, por trás da tela do computador, um imenso espelho!

Se a coordenação da reunião não põe ordem, gente assim fala repetidas vezes, opina sobre todos os detalhes (mesmo por mero chute) e se vangloria de saber, de ter feito, de ter comandado (sic) e por pouco não pede aplausos da plateia.

A conclusão inevitável é que a vaidade humana se expressa por qualquer meio — inclusive nas salas virtuais.

E como hoje há aplicativos para medir tudo ou quase tudo, bem que se poderia inventar um modo de aferir a taxa média de vaidade numa videoconferência.

Paciência, gente. Faz parte do “novo normal” de um almejado pós-pandemia.

Nas ruas, nos salões e nas redes: para superar a crise https://bit.ly/3lg3rl8

Nenhum comentário: