Mais um ataque aos trabalhadores e ao
setor público
Nivaldo Santana*
O governo Bolsonaro/Guedes, depois de muitas postergações, enviou ao Congresso sua proposta de reforma administrativa por intermédio da Proposta de Emenda Constitucional nº 32, de 3 de setembro de 2020. O pretexto, agora, é que a PEC 32/2020 objetiva enfrentar a crise fiscal, o déficit público e dar maior eficiência à máquina, situação agravada com a pandemia. Daí a necessidade, segundo os argumentos falaciosos do governo, de cortar despesas.
Nivaldo Santana*
O governo Bolsonaro/Guedes, depois de muitas postergações, enviou ao Congresso sua proposta de reforma administrativa por intermédio da Proposta de Emenda Constitucional nº 32, de 3 de setembro de 2020. O pretexto, agora, é que a PEC 32/2020 objetiva enfrentar a crise fiscal, o déficit público e dar maior eficiência à máquina, situação agravada com a pandemia. Daí a necessidade, segundo os argumentos falaciosos do governo, de cortar despesas.
O ônus, uma vez mais, recai sobre
os trabalhadores do setor público, já penalizados com a terceirização
irrestrita, inclusive nas atividades-fim, com a aprovação da emenda
constitucional nº 95, a emenda do teto dos gastos, e a com a lei complementar
nº 173/2020 que, entre outras medidas regressivas, congela os salários dos
trabalhadores até o final de 2021 e veda a realização de novos concursos,
colocando em risco a aplicabilidade das políticas públicas de responsabilidade
do estado.
Com a citada PEC 32/2020,
Bolsonaro pretende criar novas regras jurídicas para os servidores. Uma delas é
o fim do regime jurídico único, com a adoção de novas modalidades de
contratação e ampliação dos casos de dispensa de concurso. Além disso, o
governo almeja limitar a estabilidade no emprego público, reduzir direitos,
arrochar salários e avançar na precarização das relações de trabalho do setor
público.
A PEC atinge também as empresas
estatais. Um dos artigos facilita a privatização ao permitir a cisão, fusão ou
incorporação dessas empresas sem a aprovação pelo Congresso Nacional. Vista em
seu conjunto, a PEC se enquadra nos rumos ultraliberais preconizados pelo
titular do Ministério da Economia, Paulo Guedes, e atenta contra os direitos
dos trabalhadores, além de desestruturar a gestão pública, negando dispositivos
previstos na Constituição cidadã.
A política de esvaziamento das
funções públicas e a consequente fragilização do Estado vão na contramão dos
interesses do país. Para viabilizar um novo projeto nacional de
desenvolvimento, o país precisa que o estado assuma papel protagonista como
indutor do crescimento econômico e promotor da justiça social, em uma palavra,
que seja mola propulsora do desenvolvimento. Para esta tarefa, os trabalhadores
dos serviços públicos são essenciais.
A mobilização dos trabalhadores
da área e a ação do conjunto do movimento sindical, articulado com o Congresso
Nacional, buscam impedir que este golpe seja consumado. É preciso, portanto,
derrotar a PEC 32/2020 para o bem do serviço público e da nossa nação!
(*) Secretário Sindical do PCdoB,
secretário de Relações Internacionais da CTB
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